USO DE Moina sp. COMO ALIMENTO VIVO DURANTE A LARVICULTURA DOS PEIXES ORNAMENTAIS AMAZÔNICOS ACARÁ BANDEIRA (Pterophyllum scalare – SCHULTZE, 1823) E ACARÁ SEVERO (Heros severus – HECKEL, 1840)
Ciclídeo amazônico, cladóceros, manejo alimentar, desempenho produtivo, histomorfometria intestinal, custo do alimento vivo, custo da mão de obra.
O acará bandeira (Pterophyllum scalare) e acará severo (Heros severus) são espécies de ciclídeos endêmicos da bacia do rio Amazonas. Ambas as espécies possuem importância no mercado ornamental, em virtude da beleza exuberante e rusticidade que são característica importantes para criação em cativeiro. Um dos gargalos na piscicultura destas espécies é a larvicultura, esta fase de cultivo de peixes é considerada um dos pontos críticos na criação, devido a maior fragilidade e vulnerabilidade dos animais. Para o sucesso da produção de pós-larvas, a nutrição é um dos pontos fundamentais e os alimentos vivos correspondem a principal fonte alimentar. Os cladóceros são utilizados como alimento vivo pelo bom valor nutricional, boa aceitabilidade e facilidade de cultivo. Os organismos do gênero Moina destacam-se entre os cladóceros utilizados como alimento vivo pelo seu reduzido tamanho e proporção de proteína bruta. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da substituição de náuplios de Artemia sp. por Moina sp., a taxa e frequência alimentar ideal para fornecimento de Moina sp. e a transição alimentar de Moina sp. para dieta inerte sobre o desempenho produtivo, histomorfometria intestinal, custo do alimento vivo e da mão de obra durante a larvicultura do acará bandeira e acará severo. Para tal, foram organizados três artigos. O primeiro artigo, representado pelo capítulo 2, compõe dois experimentos de substituição de náuplios de Artemia sp. por Moina sp. durante a larvicultura do acará bandeira e acará severo. O segundo artigo, representado pelo capítulo 3, compõe dois experimentos para determinar a taxa e frequência alimentar ideal para fornecimento de Moina sp. durante a larvicultura do acará bandeira e acará severo. O terceiro artigo, representado pelo capítulo 4 compõe dois experimentos para verificar o melhor tempo de transição alimentar entre a Moina sp. e a dieta inerte durante a larvicultura do acará bandeira e acará severo. De acordo com os resultados obtidos nos experimentos realizados, concluiu-se que a substituição mínima de náuplios de Artemia sp. para Moina sp. para promover melhores resultados de desempenho produtivo durante a larvicultura do acará bandeira e acará severo foi de 75% de náuplios de Artemia sp. e 25% de Moina sp. Embora a histomorfometria intestinal de pós-larvas de acará bandeira não foi afetado pela proporção de alimento vivo ofertado, as pós-larvas de acará severo apresentaram menores alturas e área das vilosidades intestinais quando alimentados com 100% de Moina sp. Para ambas as espécies, o custo do alimento vivo foi diretamente proporcional à inclusão de náuplios de Artemia sp. na alimentação, sendo maior nos animais alimentados com 100% de náuplios de Artemia sp. As pós-larvas de acará bandeira e acará severo que consumiram 400 Moina sp. pós-larva-1 dia-1 obtiveram os melhores resultados da maioria das variáveis de desempenhos produtivos. Muito embora, as pós-larvas de acará bandeira que consumiram 300 e 400 Moina sp. pós-larva-1 dia-1 obtiveram maiores valores de altura e área das vilosidades intestinais. A frequência alimentar não afetou o desempenho produtivo e a histomorfometria intestinal de ambas as espécies. O custo da Moina sp. foi proporcional ao aumento da taxa alimentar, sendo maior em ambas as espécies alimentadas com 400 Moina sp. pós-larva-1 dia-1. Já o custo da mão de obra foi maior nos animais alimentados quatro vezes ao dia. Desta forma, recomenda-se que as pós-larvas de acará bandeira e acará severo sejam alimentadas a 400 Moina sp. pós-larva-1 dia-1, dividido em duas vezes ao dia. Para ambas as espécies, a transição alimentar ideal de Moina sp. para dieta inerte que proporcionou os melhores resultados de desempenho produtivo ocorreu no décimo quinto dia de experimento, muito embora o custo da alimentação foi proporcional ao tempo de alimentação com Moina sp., sendo maior nas pós-larvas que consumiram Moina sp. durante 20 dias. Desta forma, recomenda-se que a transição alimentar seja realizada no décimo quinto dia de cultivo.
Palavras-chave: Ciclídeo amazônico, cladóceros, manejo alimentar, desempenho produtivo, histomorfometria intestinal, custo do alimento vivo, custo da mão de obra.