RESTRIÇÃO ALIMENTAR PROGRAMADA NA PRODUÇÃO DE MATRINXÃ Brycon amazonicus EM TANQUES-REDE
Crescimento compensatório; Desempenho zootécnico; Manejo alimentar; Piscicultura.
Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da restrição alimentar programada no desempenho zootécnico, composição centesimal, rendimento corporal, parâmetros hematológicos e custo de produção de matrinxã Brycon amazonicus em tanques-rede. Um total de 4.500 juvenis com peso médio de 11,5±2,3 g foram distribuídos em 15 tanques-rede de 1 m³, onde foram testados cinco protocolos de alimentação durante 75 dias: alimentação contínua (75A/0R); alimentação por 68 dias e restrição alimentar por 7 dias contínuos (68A/7R); alimentação por 61 dias e restrição alimentar por 14 dias contínuos (61A/14R); alimentação por 54 dias e restrição alimentar por 21 dias contínuos (54A/21R); e alimentação por 47 dias e restrição alimentar por 28 dias contínuos (47A/28R). Em todos os tratamentos, os peixes foram alimentados com rações contendo 36% e 32% de proteína bruta, passaram por um período de aclimatação de 10 dias e realimentação de 30 dias. A restrição alimentar não influenciou significativamente a sobrevivência, a conversão alimentar aparente e a eficiência alimentar de juvenis de matrinxã. Os peixes expostos a menores períodos de jejum (75A/0R, 68A/7R e 61A/14R) apresentaram os maiores valores de peso e comprimento finais, ganho de peso e comprimento, taxa de crescimento específico e ingestão diária de ração. A restrição alimentar não exerceu influência nos valores de umidade, lipídios, proteínas e cinzas, bem como não houve diferença significativa na glicose, hematócrito, eritrócitos, proteínas plasmáticas totais e na contagem diferencial de leucócitos e trombócitos entre os protocolos testados. Os peixes do tratamento de maior restrição alimentar (47A/28R) apresentaram um rendimento do corte “peixe eviscerado sem cabeça” menor quando comparado aos demais tratamentos. Desta forma, recomenda-se a restrição alimentar programada de 14 dias ininterruptos durante os primeiros 75 dias de criação de matrinxã em tanques-rede, o que proporcionaria uma economia de 17,8% no custo de produção em relação ao manejo convencional, sem privação alimentar.