Tanino em suplementos na recria de bovinos nelore no período de transição águas-secas
Aditivos, ganho de peso, pasto, ureia.
Objetivou-se avaliar os efeitos do tanino em suplementos protéico- enrgéticos com diferentes quantidades de uréia sem comprometer o desempenho através da modificação do metabolismo ruminal de animais nelore na recria no período de transição águas-secas. O delineamento experimental foi em esquema fatorial 2 × 2. Os fatores incluíram: 1) baixa e alta quantidade de uréia e 2) presença ou ausência de tanino (SilvaFeed Bypro®). O suplemento protéico- energético (22% de proteína bruta) foi fornecido, diariamente, na quantidade de 2 g/kg de peso corporal. O estudo foi dividido em dois experimentos (1 – avaliação de parâmetros ruminais, sanguíneos, consumo, balanço de nitrogênio e população de protozoários e 2 – avaliação do desempenho animal). O experimento de metabolismo teve início no dia 25 de fevereiro e término no dia 20 de maio de 2018, com duração de 84 dias, divididos em quatro períodos de 21 dias de avaliação. O experimento de desempenho teve início no dia 5 de fevereiro e término no dia 14 de maio de 2018, com duração de 97 dias, divididos em um período de adaptação de 14 dias e três períodos de avaliação sendo dois de 28 dias e um de 27 dias. No exp. 1, foram utilizados oito bovinos Nelore, distribuídos em um duplo quadrado latino. No exp. 2, foram utilizados 64 bovinos Nelore, distribuídos em 16 piquetes (4 piquetes por tratamento e 4 animais por piquete) em blocos completos ao acaso. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o PROC MIXED do SAS. O nível de significância foi declarado a 5% de probabilidade e tendência explorada de 5 a 10%. O peso corporal final e o ganho médio diário teve tendência de ser maior (P = 0,08) para baixa uréia. Não houve interação e nem diferença (P > 0,05) para o consumo de matéria seca total, do suplemento, da forragem e digestibilidade. Não houve interação e nem diferença (P > 0,05) para as variáveis consumo de nitrogênio, nutrientes digestíveis totais, produção de proteína bruta microbiana e eficiência do uso de nitrogênio. Dentre os parâmetros ruminais, o acetato teve tendência a interação para o fator uréia e tanino. O acetato, propionato, butirato, valerato, isovalerato e a relação acetato:propionato aumentaram (P < 0,05) a partir das 6 horas após a alimentação. O pH diminuiu após a suplementação e teve aumento após as 12 horas pós alimentação. Não houve interação para o nitrogênio amoniacal (P > 0,05), o mesmo aumentou na hora três após a alimentação (P < 0,05) com redução nas horas seguintes. Os parâmetros sanguíneos, apenas a glicose teve interação para os fatores uréia, tanino e coleta (P = 0,04), as proteínas totais tiveram tendência para o fator uréia, com valores maiores para baixa uréia. Todos os parâmetros sanguíneos foram diferentes para o fator coleta (P < 0,01). Não houve interação entre os fatores para a variável população de protozoários (P > 0,05), os protozoários do gênero Charonita apresentaram maior número na baixa uréia (P = 0,03), enquanto que os do gênero Metadinium foram mais numerosos na presença de tanino. No período de transição águas- seca com pastos apresentando estrutura prejudicial ao pastejo e com qualidade baixa representado pelo elevado teor de fibra e baixa proteína, as diferentes quantidades de uréia e a presença do tanino não modificaram o desempenho de animais Nelore na recria, apesar de haver influência em alguns parâmetros ruminais.