Características morfofisiológicas do pelame relacionadas à adaptabilidade térmica e desempenho superior em bovinos de corte
Bovino de corte, estresse térmico, ILPF, pelame, termorregulação.
A pecuária brasileira caracteriza-se basicamente pela produção de bovinos em sistemas extensivos de criação, os quais expõem os animais à influência do ambiente climático, tornando-os susceptíveis aos problemas relacionados às condições adversas do clima. Diante disso, os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) são alternativas para a intensificação sustentável da produção, favorecendo o desempenho dos animais, já que a sombra projetada pelas árvores pode criar zonas de conforto térmico. Portanto, a identificação de parâmetros associados à adaptação de bovinos de corte ao ambiente em que vivem é uma das principais tendências e desafios da pecuária. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar ao longo de um ano o uso de pastagens sombreadas em sistema integrado, especificando a sua influência na morfofisiologia do pelame de bovinos de corte. Espera-se avaliar: (a): as diferenças nas características do pelame de bovinos entre a raça Nelore e Canchim, (b): a dinâmica dos atributos morfológicos e funcionais do pelame de bovinos criados com ou sem acesso a sombreamento natural, relacionando-os à capacidade de termorregulação e (c): as respostas termolíticas dos bovinos e sua correlação com o seu desempenho superior. O experimento será conduzido na Fazenda Canchim, Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP. O período experimental compreende o período de Jan/18 a Dez/18 (coletas de campo) e Jan/19 a Julho/20 (análises laboratoriais), com amostras coletadas em um ciclo climatológico completo (verão, outono, inverno e primavera). O experimento será realizado em dois diferentes sistemas de produção, que corresponderão aos grupos experimentais: sistema de pastagens a pleno sol e sistema de pastagens sombreadas. Serão usados 64 machos bovinos, das raças Nelore (Bos indicus), e Canchim (5/8 Bos taurus x 3/8 Bos indicus). Mensalmente, serão avaliados os parâmetros fisiológicos relacionados à eficiência termorregulatória dos animais, a saber: a frequência respiratória (FR, mov/min) e a temperatura retal (TR, ºC) e termografia por infravermelho, aferidas no momento de maior desafio térmico (11h00 às 14h30). Para avaliação das características tegumentares, mensalmente será aferida a espessura de pelame com paquímetro metálico digital em milímetros (mm) nas regiões anatômicas da escápula, no dorso (cranial, médio e caudal). Os dados coletados para os parâmetros fisiológicos, pesagem, escore corporal, termografia e características dos pelos serão provenientes de um delineamento fatorial 2x2 (dois genótipos e dois sistemas), sendo submetidos a análise de variância utilizando o procedimento MIXED do SAS, considerando no modelo os efeitos de Genótipo, Sistema e a interação Genótipo*Sistema, seguindo uma estrutura de SPLIT-PLOT no tempo.