Infecção por Brucella abortus em búfalas (Bubalus bubalis)
Brucelose, búfalos, Bubalus bubalis, Brucella abortus, infecção transplacentária, linfonodos.
O objetivo deste trabalho foi verificar a presença de Brucella abortus e caracterizar as lesões causadas por esse agente nos anexos fetais, nos fetos e nos linfonodos de búfalas gestantes, sorologicamente positivas para brucelose. Para isso, foram utilizadas 20 búfalas, em diferentes meses da gestação e ao parto, que foram submetidas ao abate sanitário. A idade fetal foi determinada através de exames ultrassonográficos associado à mensuração dos fetos durante a necropsia. Todas as amostras foram coletadas em duplicata para análises de Reação em Cadeia de Polimerase em Tempo Real (qPCR) e histopatológica. As análises de qPCR revelaram a detecção de DNA de B. abortus a partir do segundo mês de gestação em líquido amniótico, líquido alantoide e em útero e, a partir do quinto mês, na placenta, coração, baço, rim, pulmão, intestino, fígado e nos linfonodos dos fetos. Nos linfonodos das búfalas foi detectado a partir do quarto mês de gestação. Foi verificada a presença de DNA de B. abortus em todos os grupos de linfonodos avaliados, verificando-se em 10,52% nos linfonodos parotídeos, 5,26% nos linfonodos pré-escapulares, em 5,26% nos linfonodos mediastínicos, em 10,52% nos linfonodos pré-crurais e em 26,31% nos linfonodos mamários. Os achados macroscópicos foram placentite com exsudato de coloração acastanhada e odor fétido, com áreas de necrose e fibrina. Na histopatologia observou-se placentite caracterizada pela presença de necrose e denso infiltrado inflamatório por células polimorfonucleares, congestão, hemorragia e áreas com exsudação por fibrina, nos linfonodos linfadenite aguda crônica. Portanto, é possível detectar B. abortus desde o segundo até o último mês de prenhez em bubalinos, tanto nos líquidos fetais como nos tecidos e demonstra que a transmissão intrauterina é uma importante rota de infecção na cadeia epidemiológica da brucelose em bubalinos. Os linfonodos mais acomentidos foram os mamários, e a linfadenite regional demonstra a passagem das brucelas pelos linfonodos regionais nas áreas de infecção.