EFEITO DE NÍVEIS DE CÁLCIO DIETÉTICO SOBRE A MORFOLOGIA E MORFOMETRIA DO ÚTERO DE Kinosternon scorpioides NA PÓS-POSTURA
Kinosternon scorpioides; Ovos; Cálcio; Útero; Morfometria
A quelonicultura na Amazônia representa uma atividade economica potencial para a região, devido a prolificidade, rusticidade e o valor comercial das espécies manejadas, como é o caso do Kinosternon scorpioides, muçuã. Um aspecto importante no sistema de criação é a nutrição, sendo que a suplementação excessiva ou a insuficiência de cálcio na dieta pode interferir no crescimento, reprodução e absorção de outros minerais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes níveis dietéticos de cálcio na morfologia do útero de fêmeas de K. scorpioides na pós-postura. As amostras foram obtidas de quinze fêmeas adultas provenientes de um experimento realizado anteriormente; no qual os animais foram suplementados com rações de cinco tratamentos de níveis de cálcio (1,7; 2,7; 3,7; 4,7 e 5,7%), cada um com três repetições. Para as observações morfológicas e morfométricas, foram retirados segmentos de 0,5 cm do útero. As amostras foram coradas com Alizarina, e Hematoxilina e Eosina, em seguida analisadas por microscopia óptica. Macroscopicamente, a mucosa uterina apresentou invaginações formando dobras de diferentes alturas e larguras. Microscopicamente, o útero apresentou um epitélio cilíndrico simples, com células ciliadas e não ciliadas. A lâmina própria formada por tecido conjuntivo denso, com a presença de glândulas uterinas. Abaixo da mucosa foram observadas duas camadas musculares lisa, a interna formada por fibras circulares e a externa por fibras longitudinais. Houve um aumento progressivo da altura e do número das dobras da mucosa relacionado com a inclusão dos níveis de cálcio dietético. Possivelmente, a ampliação da área da mucosa ocorreu para permitir maior fornecimento de substâncias para a formação dos ovos, colaborando deste modo para o sucesso nas taxas de posturas. Tal fato corrobora com o experimento nutricional de onde as amostras foram obtidas, que atestou que o nível de cálcio recomendado para esta espécie é de 4,2%, em fase de postura. A inclusão de diferentes níveis de cálcio na dieta de K. scorpioides mostrou que há influência no aumento mucosa uterina, sugerindo que essa característica leve a passagem de maior quantidade deste mineral para a formação dos ovos. As modificações da mucosa uterina ocorrem sob influência do cálcio, inferindo que estão relacionadas com a produção de ovos, sendo, portanto, necessária a suplementação deste mineral para a melhoria dos parâmetros reprodutivos da espécie.