CARACTERIZAÇÃO In Silico DE GENES ENVOLVIDOS NA DIGESTÃO DE FIBRAS VEGETAIS DO CAMARÃO-DA-AMAZÔNIA
Carboidratos, fibra vegetal, glicosil hidrolases, Macrobrachium amazonicum, transcriptoma
Foram minerados e caracterizados genes imputados a digestão de fibras vegetais no genoma funcional do camarão-da-amazônia. Foi realizada uma análise in sílico, a partir do pareamento e anotação entre os bancos de dados do transcriptoma do hepatopâncreas e o CAZy (Carbohydrate-Active enzymes Database). Dos ~3800 genes que apresentaram expressão diferencial no hepatopâncreas (≠ músculo), 1.116 sequências foram atribuídas a digestão de carboidratos, dentre as quais foram anotados 178 fragmentos classificados como Glicosil Hidrolases. Para a digestão das fibras vegetais foram registrados 18 fragmentos imputadoas a celulases e 56 para as hemicelulases. Apenas uma enzima foi registrada para a digestão da celulose: endo-β-1,4-glucanase. Para digestão da hemicelulose foram encontradas sete enzimas: α-mannosidase, β-mannosidase, β-galactosidase, mannan endo-1,4-β-mannosidase, β-glucuronidase, α-L-fucosidase e Lysosomal acid glucosylceramidase. Todos os genes minerados possuíram regiões codificantes completas, domínios e sítios ativos característicos conservados ou semiconservados, além do compartilhamento de homologia com outros crustáceos. Esses achados são um indicativo que a espécie pode aproveitar fibra vegetal como fonte de energia, podendo ser utilizadas para nortear ensaios de nutrição. O uso de fibras vegetais na dieta do camarão-da-amazônia pode aumentar a sustentabilidade econômica do cultivo, pois as fibras vegetais são os ingredientes mais baratos e abundantes do planeta.