O conhecimento da morfofuncionalidade das estruturas envolvidas no processo alimentar de larvas de crustáceos decápodes é considerado essencial para o sucesso de cultivos larvais, principalmente, na produção de espécies de interesses comerciais. Outrossim, pode ainda fornecer valiosas informações sobre aos hábitos alimentares das larvas, permitindo que eficientes protocolos de alimentação possam ser elaborados, refletindo no aumento da taxa final de sobrevivência. Várias investigações anteriores têm direcionado seus resultados voltados apenas sobre o desenvolvimento dos apêndices bucais e estômago. No entanto, poucos estudos enfatizaram a morfofuncionalidade dos pereiópodos, em especial ao 5° par de pereiópodo, com aspectos alimentares das larvas. Isto porque, apesar de escassos, alguns estudos anteriores têm registrado uma participação desta estrutura em larvas na captura de suas presas. Desta forma, o objetivo deste estudo será registrar a ação dos pereiópodos in vitro na captura de alimento e analisar os aspectos morfofuncionais, considerando os tipos e ações das cerdas envolvidas no processo de captura durante o desenvolvimento ontogenético das larvas de Macrobrachium carcinus, M. surinamicum, M. equidens, Alpheus floridanus, A. estuariensis, Merguia rhizophorae e Lysmata ankeri. Será ainda verificado as modificações estruturais no estômago das larvas a partir do estágio em que há utilização do 5° pereiópodo na captura de alimento. As amostras serão obtidas do acervo biológico do laboratório de Aquicultura da Universidade Federal do Pará e por meio de coletas que serão realizadas no estuário do Rio Caeté. Testes com diferentes dietas serão realizados no ambiente de cultivo, como náuplios de Artemia, ração comercial e ração formulada em laboratório (tamanhos diferentes de pellets serão testados), além de águas-vivas e ctenóforos. Água-viva e ctenóforo serão especialmente testados para verificar também a possibilidade de relação simbiótica das larvas. Para as análises morfológicas, larvas serão colocadas em solução de formol a 5% por 24 h, posteriormente serão lavadas com água destilada e submersas em solução de hidróxido de potássio a 5% (KOH). Em seguida, serão levadas à estufa, onde permanecerão por 12 minutos, em temperatura de 80°C. As amostras serão então imersas em solução glicerina + álcool etílico 70% (1:1) e serão dissecadas com o auxílio de finas agulhas em microscópio óptico. Para a descrição das estruturas serão utilizadas terminologias baseadas em literatura específica.