Produção in vitro de Embriões bubalinos na Ilha do Marajó a partir de OPU utiiizando sêmen criopreservado com diferentes diluidores.
búfalas, sazonalidade reprodutiva, competência oocitária, competência seminal, embrião bubalino.
Os métodos de biotécnicas reprodutivas são quase todos aplicados na espécie bubalina, embora à maioria não seja tão eficiente como em bovinos, apresentando um rendimento relativamente baixo na aspiração folicular – Ovum pick-up (OPU) e na produção in vitro de embriões (PIVE) e com pouca aplicação comercial quando comparado a outras espécies animais. Tais fatos podem ser explicado devido as características particulares da espécie, como sazonalidade reprodutiva (períodos reprodutivos favorável e desfavorável), dificuldade de identificação do estro e dificuldade na seleção de touros para a coleta de sêmen a ser utilizado na fertilização in vitro para melhorar as taxas de fertilidade. Assim, surge à necessidade em se estudar os fatores necessários para melhorar a taxa de sucesso da aplicação dessas biotecnologias nesta espécie. Objetivou-se analisar a sazonalidade reprodutiva em búfalas no Marajó, durante o período reprodutivo favorável e desfavorável, seus efeitos na produção in vitro de embriões (PIVE) a partir de Ovum Pick-up (OPU) e na taxa de embriões produzidos utilizando sêmen criopreservados de diferentes touros. O experimento foi conduzido no Laboratório de Produção in vitro de Embriões, instalado na Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (EETEPA), no Município de Salvaterra e as coletas foram realizadas em uma fazenda no Município de Cachoeira do Arari, ambos localizados na Ilha do Marajó, no período compreendido de janeiro de 2021 a janeiro de 2022. Foram selecionadas 40 fêmeas para as sessões de OPU e três touros para a coleta seminal, da espécie bubalina, raça Murah, em idade reprodutiva, com disponibilidade de pastagens, água, mineralização e suplementação. Os machos foram utilizados para congelação seminal onde testou-se dois diluidores um comercial (BotuBov®) e outro não comercial (Tes-Tris), a fim de se utilizar o de melhor resultado na PIVE. As fêmeas passaram por sessões de OPU’s e o material genético feminino coletado seguiu para o processo de PIVE (maturação, fertilização e cultivo in vitro) e ao final de seis dia foram avaliadas as taxas de embriões produzidas. Foram congeladas 300 palhetas de sêmen de cada touro e após as análises físico-químicas do sêmen pós- criopreservação, foi observado diferença significativa (p<0,05) para a motilidade progressiva dos diluidores BotuBov® (70,70%±10,90%) e Tes-Tris (60,42%±6,00%), sendo o diluidor comercial utilizado na PIVE por apresentar o melhor resultado. As variáveis consideradas e analisadas, após cincos sessões de OPUs, foram: influência da estação reprodutiva favorável (chuvoso) e desfavorável (seco), no período chuvoso observou-se que as médias de número de folículos aspirados (11,75±5,23), de folículos por animal (11,23±1,39), de CCOs rastreados (105±61,65) e de CCOs rastreados por animal (5,96±1,56) não diferiram estatisticamente (p>0,05) das respectivas médias também analisadas e comparadas, as quais foram:12,47±4,86, 11,74±1,04, 118,5±12,02 e 7,27±0,83, no período seco; influência da presença do corpo lúteo e de folículos dominantes em relação a quantidade de folículos aspirados, número de CCOs aspirados, número de CCOs para FIV e número de CCOs viáveis, não apresentaram diferença estatística entre as variáveis analisadas (p>0,05); influência do escore de condição corporal (ECC), a partir da divisão em 02 grupos (G1 e G2): o G1 (ECC ≤ 3) e G2 (ECC > 3) e após análise estatística os grupos não apresentaram diferença estatística (p>0,05) entre nenhuma das variáveis comparadas (quantidade de folículos aspirados, número de CCOs aspirados, número de CCOs para FIV e número de CCOs viáveis); influência do efeito da estação reprodutiva favorável ou desfavorável nas taxas de embriões, no chuvoso (25,25%±0,64%) e no seco (19,37%±14,06%), porém não houve diferença estatística (p>0,05) entre os parâmetros analisados e para a influência da taxa de embriões do sêmen de três diferentes touros, também não foram encontradas diferença estatística (p>0,05), touro 1 com 59,33%±22,27%; touro 2 com 38,29%±20,35% e touro 3 com 54,17%±31,55% de taxa de embriões para cada touro.Os resultados apresentados podem ser considerados satisfatórios, permitindo concluir que a sazonalidade de fêmeas bubalinas não sofreu interferência nas variáveis reprodutivas das OPU/PIVE e que o sêmen criopreservado de diferentes touros não influenciou na taxa de embriões. Sendo possível prever maiores e melhores resultados com a continuidade no uso da biotécnicas reprodutivas aplicadas aos bubalinos nos próximos anos na região do Marajó.