ILHAS DO SUL DA GRANDE BELÉM - Situação socioambiental de comunidades insulares e (in) sustentabilidade
Ilhas Sul da Grande Belém; Condições socioambientais; Ribeirinho; História Ambiental.
Os impactos antrópicos sobre os estuários amazônicos são diversos: o desmatamento
em seu entorno, a poluição das águas, a ausência de saneamento e esgoto, a coleta
de lixo, a água encanada, entre outros. Para muitos, as Ilhas são desabitadas,
tampouco têm modos de vida nesses lugares, fato que, no imaginário popular, parece
uma natureza intocada, conservando a biodiversidade. Pelo contrário, as Ilhas são
lugares de pessoas, que preservam um estilo de vida e vêm e vão de cidades, cujo
cotidiano está imbricado nas relações com a paisagem. Partindo dessa linha de
pensamento, inserimos as problemáticas das Ilhas num debate socioambiental, em
que projetamos “olhar as Ilhas” a partir do que a cidade leva e/ou traz para elas, com
o intuito de verificar como esses ilhéus enxergam a questão da sustentabilidade, o
cenário natural ao seu redor, seu estilo de vida, sua importância para a conservação
da biodiversidade, a manutenção de modos de viver e de produzir e a percepção de
que as Ilhas são um lugar de pessoas e não só de paisagem, de água, na verdade,
lugar de movimento e de re-existências e de protagonistas de sua territorialidade e
cultura. A proposta de pesquisa tem como objetivo analisar as condições
socioambientais que as Ilhas Sul da Grande Belém apresentam em decorrência dos
despejos dos resíduos sólidos nos rios que a circundam e os efeitos sobre as
comunidades tradicionais dessas Ilhas. O estudo segue um caráter pesquisa
documental e campo, valendo-se de entrevistas semiestruturadas e livres com líderes
comunitários, pescadores e moradores mais antigos das Ilhas.