Processo de recobrimento de pimenta do reino (Piper Ningrum L.), em leito de jorro, com suspensão polimérica de amido de mandioca plasticizada com etanol.
Leito fluidizado. Recobrimento. Pimenta-do-reino. Otimização
Este trabalho teve como objetivo avaliar a técnica de recobrimento da pimenta- do-reino utilizando leito fluidizado, com foco em sua aplicabilidade na indústria alimentícia. O estudo explorou a otimização dos parâmetros operacionais, como a vazão de suspensão, a temperatura e a vazão do soprador, utilizando a metodologia de superfície de resposta dentro de um planejamento Box-Behnken. O intuito foi melhorar a eficiência do processo de recobrimento, assegurando uma distribuição uniforme do revestimento sobre os grãos de pimenta-do-reino. Este estudo investigou o comportamento fluidodinâmico e físico-químico de sementes de pimenta-do-reino recobertas com um biofilme à base de fécula de mandioca, aplicando o processo de leito de jorro. As sementes foram classificadas no grupo D da classificação de Geldart, indicando boa propensão à fluidização, e apresentaram excelente fluidez, facilitando o processo de recobrimento. A esfericidade das sementes (0,98) e sua densidade (1,45 g/cm3) influenciaram diretamente o comportamento no leito, permitindo uma mínima fluidização com velocidade de 43,42 cm/s e queda de pressão de 7,13 cmH2O. A interação molecular entre o amido da fécula e o etanol gerou biofilmes com flexibilidade e resistência mecânica. No entanto, a volatilidade do etanol exige controle durante o processo de secagem para manter a qualidade do biofilme. A análise microscópica revelou alterações estruturais nas sementes após a secagem, com possíveis impactos em sua densidade e capacidade germinativa. As análises térmicas demonstraram que o biofilme apresentou boa estabilidade térmica, enquanto o comportamento pseudoplástico do fluido de recobrimento facilitou seu escoamento. O processo de leito de jorro mostrou-se eficiente na aplicação do revestimento, e a análise de função desejabilidade indicou que os critérios estabelecidos foram atendidos satisfatoriamente. Os resultados confirmam a viabilidade técnica de aplicar revestimentos biopoliméricos em sementes de pimenta-do-reino, contribuindo para o desenvolvimento de alternativas biodegradáveis, alinhadas às demandas ambientais.