REGENERAÇÃO DE SÍLICA BIOGÊNICA A PARTIR DE MESOCARPO DE AÇAÍ (Euterpe oleracea Mart.)
Corpos silicosos; calcinação; cristobalita; tridimita.
Sílica biogênica obtida através de métodos economicamente viáveis e de fontes renováveis é um estudo ainda recente, mas que já demonstra grande potencial de aplicação em diferentes áreas, a destacar a biomédica. Atualmente, são obtidas a partir de frações de vegetais geradas durante o processamento industrial, como: casca de arroz, casca de abacaxi, bagaço de cana-de-açúcar e semente de babaçu. Neste trabalho, foram regeneradas e caracterizadas a partir de açaí (Euterpe oleracea Mart.), um fruto importante para a indústria e comércio do estado do Pará, que é o responsável por 95% de toda a produção no Brasil. A comercialização do suco na região metropolitana de Belém gera 280 toneladas por dia de excedente de processamento, formado por: endocarpo e mesocarpo (partículas e fibras). Nestes foram identificados Silício, Magnésio e Cálcio. De partículas insolúveis do mesocarpo (PAM) foram obtidas sílicas biogênicas (BSi) com rendimento entre 7%, com prétratamento de ácido sulfúrico (BSi-S), e de 4%, com pré-tratamento de ácido clorídrico (BSi-Cl), apresentando estrutura na forma de roseta e predominantemente amorfa com picos de cristalinidade. Em BSi-Cl e BSi-S calcinadas a 700ºC (BSi-Cl700 e BSi-S700) e a 800ºC (BSi-Cl800 e BSi-S800) foram identificados planos de cristobalita. Em Em BSi-S700 e BSi-S800 também foram identificados planos de tridimita. Foi demonstrado a partir dos resultados que a utilização de um pré-tratamento com ácido sulfúrico à 6M, com calcinação em temperatura acima de 700ºC é eficiente para a obtenção de uma sílica de maior pureza com menor quantidade de outros materiais remanescentes.