Caracterização do Processo de Torrefação de Cacho Vazio da Palma de Óleo.
CFV; Palma de óleo; Torrefação; Beneficiamento de biomassa.
A indústria do óleo de palma gera resíduos lignocelulósicos que podem ser utilizados na combustão para gerar potência elétrica ou térmica. Em uma planta industrial para a extração de óleo, tais resíduos são queimados em fornalhas, parcialmente devolvidos às plantações como fertilizantes ou utilizados de alguma outra forma. Porém, na maioria dos casos, acabam se tornando rejeito de produção, gerando eventuais transtornos. Utilizar os resíduos da palma de óleo diretamente na combustão se torna dificultoso visto que os mesmos são bastante fibrosos e possuem alto teor de umidade, tornando inconveniente a alimentação de alguns reatores. O beneficiamento de biomassa é uma solução para este problema e, cada vez mais, ganha espaço na pesquisa de combustíveis renováveis, sendo o processo de torra (ou torrefação) um destes. Por ser um processo em estudo, a torra ainda não é comumente aplicada aos resíduos de biomassa, muito menos àqueles da palma de óleo. Este trabalho avalia a viabilidade da torra do cacho de fruto vazio do dendê (CFV) em um equipamento capaz de processar grandes quantidades destes resíduos continuamente. Como obtido, o CFV foi inicialmente caracterizado utilizando-se análise elementar e imediata, bem como seu poder calorífico foi determinado. As torras foram executadas todas a 30 min, sendo as temperaturas escolhidas para cada processo 220oC, 250oC e 300oC. O produto de cada torra foi submetido ao mesmo processo de caracterização descrito previamente. Os resultados mostraram que o poder calorífico superior aumentou 38% (para 250oC). O produto da torrefação mostrou também ser hidrofóbico. Esta última propriedade é bastante conveniente para a estocagem, uma vez que aumenta seu tempo, tornando esta tecnologia de torrefação bastante promissora.