Desenvolvimento e caracterização de blendas de polietileno e polissacarídeos de açaí – uma aplicação da logística reversa na cadeia do fruto.
Polietileno; açaí; biodegradável; biopolímero; Logística reversa; bioplásticos.
Neste trabalho foi desenvolvida uma blenda obtida a partir do endocarpo da Euterpe Oleacea Mart. (Açaí) e do polietileno para ser utilizada na produção de descartáveis. Para processo de fabricação da blenda as tecnologias de processamento utilizadas foram a rotomoldagem de compressão à quente do particulado obtido de modo a aproveitar a tecnologia de produção já em outros polímeros, na produção do material. A fabricação da blenda e seus insumos de produção garantem maior sustentabilidade à cadeia produtiva tanto do açaí como do bioplástico gerado. Além disso, trabalhou-se com o reprocessamento de materiais, o que conjectura a aplicação de uma logística reversa ao sistema produtivo do açaí e do polietileno e demonstra real possibilidade de reinserção destes em suas respectivas cadeias produtivas, já com uma interface voltada à indústria de plásticos. A blenda foi caracterizada por análises reológicas cuja cinética de formação e sensibilidade ao cisalhamento foi revelada por ensaio dinâmico oscilatório com concentrações de 0.7/0.3%. Foram feitas as seguintes análises no material: Análise dinâmico-mecânica (DMA), Microscopia eletrônica de varredura (SEM), calorimetria exploratória diferencial (DSC), análise termogravimétrica (TG), espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e testes mecânicos de tração e de resistência ao impacto. Foram medidas. O endocarpo do açaí foi obtido por meio da desbastagem do caroço até a obtenção do pó. Foram utilizadas proporções em massa de 20%, 30%, 50% de semente em micropartículas de baixa granulometria (pó), e 80%, 70% e 50% de polietileno. A rotomoldagem foi o processamento utilizado para obter os particulados únicos da blenda. Os resultados dos estudos reológicos mostraram que, para PEAD/AÇAÍ, a interação interfacial em blendas de PEAD é maior em proporções menores de Açaí o que levou a uma morfologia mais fina e bem distribuída em misturas com maior percentual de PEAD. Os particulados, após o processo de compressão a quente, formaram placas de características condizentes com descartáveis biodegradáveis.