Impacto do processo de torrefação na qualidade energética da biomassa durante armazenamento ao ar livre.
Biomassa; armazenamento; qualidade de combustível; torrefação.
O uso de biomassa como combustível é amplamente utilizado como fonte de energia para eletricidade, calor e biocombustíveis. A biomassa tem uma grande vantagem gerando energia sob demanda, sendo uma das fontes renováveis de energia que podem ser armazenadas. No entanto, a biomassa armazenada tem grandes problemas, principalmente para controlar seu teor de umidade em níveis desejáveis o que afeta diretamente a qualidade dos combustíveis e pode comprometer sua segurança aumentando sua capacidade de combustão espontânea. Este trabalho estuda o impacto do pré-tratamento de torrefação na qualidade energética da biomassa durante armazenamento. Duas biomassas (Goupa glabra (CUP) e Elaeis guineensis (CFV)), sob diferentes condições (bruta, levemente torrado (CUP220; CFV220) e fortemente torrado (CUP250)) foram armazenadas durante 52 semanas em basquetas abertas sob um galpão aberto, enquanto a temperatura interna, a temperatura ambiente e a umidade relativa foram monitoradas diariamente. A caracterização energética das amostras de biomassa foi realizada a cada quatro semanas utilizando análise imediata, análise elementar, poder calorífico e análise termogravimétrica. Análise para medir a qualidade da energia. Ao final do período de armazenamento, observou-se maior suscetibilidade das amostras brutas, em comparação com sua contraparte torrada, na absorção da umidade ambiente, perda de material volátil, concentração de teor de carbono e hidrogênio, aumento da densidade de energia e perda de matéria seca. Reações de oxidação à temperatura ambiente foram identificadas como principal agente de degradação das amostras de biomassa durante o tempo de armazenamento. Em geral, as amostras torradas foram mais resistentes à degradação observada enquanto as amostras brutas sofreram uma maior perda de matéria seca que não compensa o seu maior aumento na densidade energética. A variação de umidade das amostras seguiu as mudanças na umidade ambiente, enquanto o aumento na densidade energética foi consequência de um maior consumo de oxigênio do que de hidrogênio e carbono ao longo do tempo.