PREPARAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE ASFALTO MODIFICADO POR MADEIRA/BORRACHA: EXECUÇÃO EM PISTA EXPERIMENTAL EM MACAPÁ-AP
CBUQ, madeira dura, asfalto ecologico.
Para amenizar os prejuízos ocasionados ao meio ambiente, empresas estão adotando asfaltos com materiais reciclados, denominados por asfalto ecológico. O objetivo principal deste trabalho é a avaliação tecnológica da inserção de madeira dura associada à borracha em revestimentos asfálticos. Foi usado resíduo de serragem de madeira de uso na construção civil e borracha de pneu moído, para preparar o composto madeira/borracha. O ligante asfáltico utilizado foi o CAP 50/70 produzido pela PETROBRAS, é oriundo do campo Fazenda Alegre, no estado do Espírito Santo e processado pela LUBNOR em Fortaleza, Ceará. Os agregados pétreos foram fornecidos pela empresa ETECOM LTDA. A graduação utilizada para as misturas foi a Faixa C do DNIT. O projeto das misturas asfálticas convencionais e com incorporação de madeira/borracha de pneu foram definidos e analisados seguindo a metodologia Marshall. As características e comportamento das misturas foram avaliados por estabilidade e fluência Marshall, densidade da mistura asfáltica, volume de vazios, relação betume-vazios, módulo de resiliência, resistência à tração. O parâmetro volumétrico da mistura asfaltica com incorporação do composto madeira/borracha, resultou em volume de vazios igual a 3,7%, neste caso, segundo estudos feitos em campo, um acréscimo do volume de vazios, e um decréscimo na relação betume vazio pode comprometer durabilidade do revestimento. A substituição de uma parte dos agregados minerais pelo composto madeira/borracha faz com que a flexibilidade da mistura asfaltica aumente, com aumento na resistência a tração e redução no módulo de resiliência de misturas CBUQ com a madeira/borracha. Para as misturas asfalticas projetadas, a menor relação módulo de resiliência e resistência à tração (Mr/Rt) foi obtida em Concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) com a madeira/borracha no valor de 5159,26, comparado com CBUQ convencional no valor de 6607,67. O trecho experimental com concreto asfáltico e incorporação de madeira/borracha pelo processo da via seca foi aplicado, a temperatura em torno de 170°C, não apresentou dificuldades adicionais de quando se executa revestimentos convencionais e com uso de modificadores, o asfalto modificado está a 50 meses em uso. Assuntos envolvendo pesquisas de borracha reciclada e a diminuição de estoque de serragens em locais inapropriados vem ganhando espaço e pode ser, mais que comprovado neste trabalho, um novo aditivo incorporado em pavimentos asfálticos que diminui a degradação do ambiente em que vivemos.