ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA REDE DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO NO DESMATAMENTO DO ESTADO DO PARÁ VIA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Rede rodoviária; Rede rodoviária clandestina; Aprendizado de máquinas; Desenvolvimento local; Amazônia.
Desde a década de 1950, a matriz de transporte amazônica, assim como de todo o Brasil, priorizou o modal rodoviário sem considerar a potencialidade hidroviária da Amazônia. Estudos anteriores indicam que o sistema rodoviário, formado pela rede viária regulamentada integrada a uma vasta rede clandestina, tem forte relação com o desmatamento da floresta. O objetivo do trabalho é realizar uma análise quantitativa das variáveis relacionadas ao processo de desmatamento da floresta Amazônica, recurso natural de grande importância ambiental e econômica, e o desenvolvimento socioeconômico da região no período de 1988 a 2018. A área de estudo é o Estado do Pará, localizado na Amazônia Oriental, segundo maior Estado do Brasil em extensão territorial e o mais devastado. Na modelagem foi aplicada técnica de aprendizado de máquinas (machine learning) às variáveis quantitativas relacionadas à infraestrutura de transportes e variáveis sociais e econômicas, como a área devastada. Foram testados três modelos e o random forest apresentou melhor desempenho. Com a função gerada foi estimada a área devastada para os anos de 2020, 2030, 2040 e 2050. Foi utilizada análise de sensibilidade para avaliar os efeitos da rede rodoviária e rede rodoviária clandestina no desmatamento. Os resultados demonstram que, mantendo-se o cenário atual, a devastação ainda será intensa nas próximas três décadas, com uma perda total de 72.417,93 km² (25,77% de crescimento em relação à área atual), embora com taxas decenais decrescentes, com média de 7,80%, ou ainda 0,80% de perda florestal ao ano.