ESTUDO DO PROCESSO DE CRAQUEAMENTO DE LODO DE ESGOTO, EM DIFERENTES ESCALAS, VISANDO ALTERNATIVAS DE APROVEITAMENTO
Craqueamento térmico e terrmocatalítico; Aproveitamento de lodo; Aproveitamento do lodo mais gordura residual; Bio-óleo e biocarvão.
Este trabalho teve o objetivo precípuo de estudar o processo de craqueamento térmico e termocatalítico do lodo e lodo mais gorduras residuais provenientes de unidades de tratamento de esgoto, com ênfase no aproveitamento do lodo de esgoto. O lodo foi coletato e tratado através de secagem térmica e desagregamento em moinho de bolas. Posteriormente, o lodo foi caracterizado físico-química e morfologicamente. As gorduras residuais foram coletadas e tratadas por desidratação e peneiramento. Os experimentos foram realizados em unidade de bancada e unidade piloto de craqueamento. Foram utilizados como catalisadores o hidróxido de cálcio, hidróxido de sódio e o carbonato de sódio. Após o craqueamento, os Produtos Líquidos Orgânicos (PLOs) obtidos foram caracterizados através de análises físico-quimicas e composicionais. Os coques obtidos foram submetidos a caracterização química e morfológica. E, adicionalmente, investigou-se características de fertilidade e metais pesados nos coques obtidos na Unidade piloto. O maior rendimento em PLO na unidade de bancada, fase oleosa, em torno de 38,69% no experimento Térmico do lodo 60 %+gordura residual 40 %, a temperatura de 450 ⁰C, grupo D. Nos experimentos na unidade Piloto, o maior rendimento de PLO Fase Oleosa 12,43 % se deu para experimento 03 (craqueamento termocatalítico do lodo + gordura residual do Matadouro SOCIPE, na presença de catalisador Ca(OH)2, 290 ºC), com rendimentos proporcionais a 4,27%, 4,28% e 3,88%, respectivamente, nas alíquotas coletadas as temperaturas de 188 ºC, 260 ºC e 290 ºC. O resultado da análise cromatográfica do experimento Térmico do lodo 60 %+gordura residual 40 %, a temperatura de 450 ⁰C, grupo D, apresentou na composição do PLO 67,21% de hidrocarbonetos, 12,82% de compostos oxigenados, 19,07 % de compostos nitrogenados e 0,90 % de outros. O maior rendimento de coque (81,82 %) foi obtido no Experimento 03, na unidade piloto. As concentrações de metais investigadas nos coques dos experimentos 1 e 2 possibilitam a aplicação no solo sem infringir a legislação ambiental brasileira vigente.