Entre a Geometria Viva e a Vida Espacial no Morar de Comunidades Tradicionais Amazônicas
geometria viva, uso espacial, padrões de linguagem, processo de projeto, Amazônia.
Investiga-se a geometria viva estruturadora de espaços construídos humanizados e adaptáveis às necessidades de uso que surgem ao longo do tempo, pois ela é resultante das relações espaciais estabelecidas entre as pessoas e o ambiente construído. Adaptando-se às demandas da vida cotidiana, ela orienta o processo produção de uma arquitetura flexível que se reconfigura em conformidade com novos usos e que considera o modo como os espaços serão utilizados. Por outro lado, a produção arquitetônica observada na região amazônica tem se mostrado pouco relacionada às peculiaridades de uso espacial características da cultura local, mostrando-se necessária a decodificação da vida espacial na arquitetura tradicional amazônica e elaboração de bases operativas que articulem as relações estabelecidas pelo amazônida no uso espacial ao ambiente construído. Esse estudo busca assim compreender a vivência espacial em comunidades tradicionais amazônicas para produção de conhecimento operativo de subsídio ao projeto arquitetônico constituído de uma geometria viva. Para isso, fundamenta-se nas propriedades fundamentais e padrões de linguagem sistematizados por Christopher Alexander, e desenvolve-se em uma pesquisa qualitativa utilizando-se de multimétodos, a fim de obter resultados a partir de dados de diferentes fontes. Reforça-se a relevância da integração entre os conteúdos provenientes da produção espacial do usuário e os conteúdos técnicos-normativos, para a estruturação de um projeto de arquitetura compreendido por representações espaciais humanas em alinhamento com pesquisas do Laboratório Espaço e Desenvolvimento Humano da UFPA. Pretende-se assim identificar categorias representativas dos padrões locais de uso espacial significativos ao amazônida a fim de contribuir cientificamente ao campo teórico de produção arquitetônica.