A mulher na cultura arquitetônica da modernização de Belém: discursos e práticas entre 1950-1970.
mulheres na arquitetura; modernização de Belém; cultura arquitetônica.
Esta dissertação parte de uma pesquisa do tipo exploratória que tem como objeto de análise a presença da mulher na cultura arquitetônica durante o processo de modernização de Belém, cobrindo o recorte temporal de 1950 a 1970. Partindo do enlace que a cultura arquitetônica prevê, o trabalho recorre inicialmente à pesquisa em jornais para explorar as representações da mulher no período. Dando ênfase à relação existencial da mulher com a casa, surge o debate acerca da diferenciação entre espaço doméstico e espaço priva Assim, é feita uma análise projetual de residências da arquitetura moderna de Belém se respaldam por meio do acervo de projetos do Laboratório de Historiografia da Arquitetura e Cultura Arquitetônica, com a qual o trabalho busca identificar a mulher como sujeito nesta cultura arquitetônica em espaços residenciais, como dona de casa, como empregada e também como proprietária. Aporta-se a importância da passagem da mulher para além do espaço da casa, dando luz à participação das delas dentro do campo da arquitetura. Tem-se nos debates que culminaram na criação do Curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará (1964) um momento no qual o trabalho identifica algumas das primeiras mulheres a adentrarem o campo da arquitetura, e apresenta relatos de três arquitetas sobre o momento de sua formação, nos anos iniciais do Curso. Esta dissertação indica que cada um dos aportes resgatados pode e deve ser estendido a investigações mais aprofundadas, que façam jus à importância que tiveram as mulheres no contexto de modernização de Belém e que promovam um ambiente mais igualitário no futuro da arquitetura como um campo.