A Arquitetura sem Linhas do Edifício Banna (Belém-PA): A escrita das atmosferas do habitar
Arquitetura moderna em Belém. Verticalização. Habitar. Vivência. Escrita poética.
Tratar da vivência e significação da arquitetura é resgatar sua essência como produção humana marcada por aspectos intangíveis (atmosferas) advindos da interação sujeito-espaço. Em contrapartida, o racionalismo imperante na produção arquitetônica moderna da primeira metade do século XX assumiu a arquitetura como um mensurável jogo de formas neutras e inertes. Para pensar como (re)valorizar atmosferas e subjetividades do espaço, elegeu-se como objeto o Ed. Banna (1978), exemplar da arquitetura moderna em Belém-PA, de autoria do Eng. Arq. Alcyr Meira. Para alcançar o objetivo de representar, por meio da escrita (Arquiteturas-Textos), a poética do habitar nos apartamentos do Banna, adotou-se um enfoque experiencial da arquitetura. Foi preciso, ainda, situar o Banna na historiografia e cultura arquitetônica de Belém, e articular debates em humanização na arquitetura moderna, fenomenologia da arquitetura e habitar. Tais debates culminaram na Arquitetura sem linhas” (ASL), constructo epistemológico fundamentado na vivência, essência e escrita da arquitetura. Com a ASL, compreenderam-se os aspectos imateriais (atmosferas) que dão sentido ao habitar do/no Banna. Para captar essas atmosferas, moradores foram entrevistados e seus relatos, sintetizados poeticamente pela autora (Arquiteturas-Textos). Conclui-se que a leitura sensível da arquitetura, a partir de sua experiência, atesta-a enquanto metáfora doadora de sentido para a existência humana.