Os Guarda-Corpos de Ferro Fundido em Belém (PA): História, documentação e estudo tecnológico
Patrimônio; Industrialização; Ferro-fundido
As fachadas das edificações de relevância patrimonial, datadas dos séculos XIX/XX em Belém, podem conter vestígios de processos históricos que tiveram consequências no modo de pensar e produzir a arquitetura na cidade, inclusive as que possuem estruturas ornamentadas em ferro, que trazem desde informações a respeito da evolução da técnica empregada na produção desse material até o padrão estético adotado por determinados segmentos da sociedade, responsáveis pela importação desses elementos durante o Ciclo Econômico da Borracha na Amazônia (1870-1912). Os guarda-corpos ornamentados em ferro fundido, já foram considerados “maravilhas da técnica”, e “símbolos de status, higienização e progresso” pelas elites que os importavam em grande escala da Europa para o Brasil. Hoje são componentes acometidos por danos causados por intemperismo, como corrosão; uso inadequado; retirada das fachadas e boa parte encontra-se ainda encoberto por placas de lojas no bairro comercial. Sabendo de seu valor tecnológico, artístico e sua relevância quanto representantes do patrimônio da industrialização, o trabalho tem por objetivo a documentação e análise tecnológica dos diferentes tipos de guarda-corpos, fabricados em ferro-fundido, remanescentes em edificações históricas nos bairros da Campina e Cidade Velha em Belém (PA). Para isso, foi realizada pesquisa histórica e levantamento físico-cadastral com identificação, fichamento das peças e posterior análise metalográfica de fragmentos de guarda-corpos de duas edificações do bairro da Campina: a Casa Carvalhaes e o Mercedários UFPA. A pesquisa tem como resultado um artigo teórico que discute a significância cultural dada aos guarda-corpos com base na documentação e análise de padrões identificados, e um segundo artigo sobre o estudo tecnológico realizado com a análise metalográfica dos fragmentos das edificações escolhidas.