Instituições, biopower e racismo de estado na conformação do regime urbano da Região Metropolitana de Belém (RMB)
Regimes urbanos; Biopoder; Racismo de Estado; Instituições; Belém
Esta pesquisa tem como objetivo investigar de que forma as instituições e os agentes mediadores do planejamento urbano na RMB, perpetuam um regime urbano de manutenção de privilégios para as elites locais, reproduzindo formas de racismo de Estado no espaço metropolitano, sob a égide discursiva do Biopoder como mecanismo de controle social. Para tanto, a metodologia adotada utilizará a pesquisa bibliográfica acerca dos conceitos empregados no trabalho, bem como pesquisa documental dos textos dos planos e projetos elaborados para a região metropolitana, e os estudos já elaborados acerca de seus impactos. Ademais, será realizada pesquisa qualitativa por meio de entrevistas com técnicos de instituições e órgãos públicos, representantes das coalizões locais e organizações representativas da sociedade civil de classe e raça. O primeiro capítulo do trabalho consiste em um apanhado teórico sobre a essência das instituições e o saber-poder atribuído à ciência e à técnica, que posteriormente encampa a ciência do urbanismo como solução última para os problemas urbanos, agravados com o advento da industrialização. Entende-se que, historicamente, foi incorporado ao planejamento urbano um discurso tecnicista, que prioriza o conhecimento científico de acesso limitado às elites intelectuais desde os primeiros anos da república brasileira, no intuito de legitimar sua hegemonia, reproduzindo condições de exploração e espoliação da classe trabalhadora, que, no contexto de construção do capitalismo brasileiro, têm na população negra seu recorte mais vulnerável.