Quando o olhar abraça: intersubjetividade e sensibilidade perceptiva do comércio informal das Ruas Conselheiro João Alfredo e Santo Antônio em Belém do Pará durante a Pandemia do Covid-19
Informalidade; Intersubjetividade; Pandemia; Percepção; Rua
A dinâmica existente no espaço urbano, resultante de transformações históricas e sociais diversificadas, como percebida nas marcantes ruas de comércio informal, ao tempo em que marca a memória do lugar, entrelaçando a relação entre informalidade e espaço público, retrata no presente, uma realidade ainda não vivenciada pela população citadina, observada com a chegada inesperada de uma Pandemia. Neste sentido, não foram apenas as relações afetivas e de proximidades sociais que tiveram bruscas mudanças, mas todo um coletivo comercial e social que induzia tal dinâmica, vindo a se constituir em um dos setores que também foram bastante atingidos pela disseminação do Covid-19. Esta pesquisa tem por objetivo, então, fazer refletir acerca do trabalho informal mais conhecido tradicionalmente e como ele foi afetado, a partir dos conceitos de percepção e intersubjetividade, em um dos principais corredores de comércio popular da cidade de Belém: as ruas Conselheiro João Alfredo e Santo Antônio. Nesse sentido, a pesquisa apresenta uma linha histórico evolutiva em seu primeiro capítulo, salientando a importância de se observar micro urbanismos, suas superfícies de contato e suas características transitórias retratadas e memorizadas no senso comum, mas surpreendidas por uma mudança sanitária. Já o segundo capítulo, apresenta as incursões etnográficas e perceptivas quanto ao espaço, ao protagonista do trabalho informal, em duas realidades temporais, culminando com e o modo como a Pandemia transformou as relações sociais pautadas no “mão na mão, olho no olho”.