Do sinecismo à urbanização extensiva: a constituição do espaço periurbano de Belém (PA) a partir de suas diferentes formas de exercer centralidade
Espaço periurbano; Sinecismo; Urbanização extensiva; Coexistência; Belém (PA).
Esta pesquisa assume como ponto norteador que a extensão do espaço periurbano de Belém está relacionado à sua capacidade de exercer centralidade. Entende-se que historicamente Belém teve várias formas de exercer sua centralidade, o que ora gerou rupturas, ora acúmulos, criando sobreposições espaço-temporais que se manifestam desde as representações oficiais até a experiência da vida cotidiana. A hipótese de pesquisa aponta que em um primeiro momento a centralidade de Belém esteve diretamente ligada ao seu sinecismo, que foi utilizado como forma de controle regional e, ao mesmo tempo, conectou ordens próximas e distantes através do manejo da natureza. Posteriormente a interiorização via terra modificou a forma de Belém exercer centralidade reposicionando a cidade em nível regional e nacional, diminuindo sua área de influência e, consequentemente, seu espaço periurbano. A rodovia é um atributo espacial que permite a introdução de novos tecidos urbanos e novas lógicas de urbanização, ligadas a um processo de urbanização extensiva, que não anula, mas se sobrepõe ao sinecismo, criando coexistências espaço-temporais. A urbanização extensiva permite pontos de controle cada vez mais distantes, que se descolam da estrutura física e fixa, incluindo em sua constituição mais recentes os marcos tecnológicos e a virtualidade como expressões mais claras. De modo geral a pesquisa objetiva, então, analisar a relação entre o modo como Belém exerceu e exerce centralidade e a constituição de seu espaço periurbano. De forma específica busca-se investigar os atributos que modificaram no tempo a capacidade de Belém em exercer centralidade e discutir as manifestações sociespaciais presentes hoje no espaço periurbano de Belém considerando as rupturas e acúmulos históricos.