Padrões de áreas verdes na Região Metropolitana de Belém: impasses e permanências.
Região Metropolitana de Belém; Áreas Verdes; Métricas de Paisagem; Natureza; Conflitos Socioambientais.
Há uma trajetória de urbanização em curso na Região Metropolitana de Belém baseada em práticas de supressão da natureza e dos modos de vida que dependem da mesma. Trata-se de uma urbanização baseada na exploração do meio ambiente, tanto para ampliar a acumulação riqueza, quanto para dar acesso à terra urbana aos excluídos, que acontece por meio de preenchimentos ou conversão de áreas rurais, sem garantia de qualidade urbanística ou infraestrutura adequada. O processo é similar ao que acontece em outras cidades brasileiras, mas que em Belém há uma especificidade dada a ocorrência de usos periurbanos em locais próximos de água ou onde há massas de vegetação, onde prevalece o compartilhamento de recursos naturais, e que tendem a ser rotulados de informais e precários pelas políticas públicas. Diante desse processo, o objetivo desta pesquisa é investigar a contribuição dos padrões de áreas verdes inseridas na mancha urbana da Região Metropolitana de Belém para processos de inclusão e exclusão socioambiental. Os objetivos específicos são: (1) construir uma abordagem crítica sobre as circunstâncias da ocorrência de áreas verdes em meio urbano amazônico; (2) avaliar padrões e arranjos espaciais das áreas verdes observadas na Região Metropolitana de Belém; e (3) compreender a apropriação dos padrões de áreas verdes e sua relevância para a sobrevida do verde urbano. Para tanto, os procedimentos metodológicos correspondem na revisão teórica do debate transdisciplinar sobre urbanização, natureza e população em diferentes campos do conhecimento científico; uso de técnicas de processamento digital de imagens para mapeamento, identificação e quantificação dos padrões de áreas verdes da Região Metropolitana de Belém; e uso de métricas de paisagem. Os resultados preliminares mostram que nos últimos 30 anos houve perda significativa de áreas verdes para Belém (cerca de 18%) e Ananindeua (cerca de 37%) e que os padrões atuais de áreas verdes pouco se diferenciam em relação a complexidade da forma (AWMPFD), no entanto, em relação as áreas (CA, PLAND e MPS) há características de fragmentação e isolamento de grandes áreas desarticulas. A pesquisa espera subsidiar o debate socioambiental no ambiente urbano, importante às cidades brasileiras, mas fundamental às cidades amazônicas que possuem pouco poder econômico e político para regular as alterações impostas aos ecossistemas por assentamentos humanos.