A Comunidade Ribeirinha como Expressão Urbana na Amazônia: O caso da comunidade Lago Catalão - Iranduba AM
Diversidade socioespacial, Amazônia, tradicional,assentamento flutuante, comunidade ribeirinha, Lago Catalão (Iranduba-AM)
A partir de 1960, a expansão da fronteira urbano-industrial atinge a Amazônia. Manaus sofreu fortes transformações com a implantação da Zona Franca, que a conectou com uma dinâmica industrial global, com consequentes rebatimentos em uma região de base extrativista. Esse processo se deu de forma violenta e excludente, ignorando o modo de vida das populações ribeirinhas que ali habitavam.A extinção da “cidade flutuante” de Manaus (1920-196) constituiu expressão máxima desse processo de exclusão socioespacial. Este assentamento estabeleceu-se sobre as águas do Rio Negro em frente à área central da cidade de Manaus, produzindo arranjos socioespaciais baseado no modo de saber e fazer locais, contrastando-se com a ordem urbana da metrópole em formação. Essa população foi remanejada para loteamentos e conjuntos habitacionais em áreas periféricas da cidade formal, observando-se a redução do direito à cidade ao direito ao teto.
Após décadas, testemunha-se a “reedição” desse tipo de habitat ribeirinho, localizado à margem direita do Rio Negro, em uma comunidade flutuante denominada Lago Catalão, que guarda relações de proximidade e interação com a metrópole Manaus.A extensão do tecido urbano que extrapola os limites físicos da cidade possibilita a luta desta comunidade pelo direito ao urbano em meio ambiente natural. Verifica-se então a manifestação do urbano extensivo amazônico e a necessidade de reconhecimento das diversas matrizes de modo de vida nesse contexto.
Este trabalho objetiva caracterizar a comunidade Lago do Catalão (Iranduba AM) como uma expressão da diversidade urbana amazônica. Para tanto será elaborada caracterização socioespacial desta, utilizando-se do estudo da morfologia para materializar a sua identidade territorial, buscando elaborar parâmetros que subsidiem um planejamento e formulação de políticas de base endógena.