Memória e identidade: o complexo arquitetônico pavilhonar da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, como patrimônio arquitetônico da saúde no Pará
Patrimônio da saúde; memória; identidade; etnografia; Santa Casa de misericórdia; Belém-PA
O acervo que recebemos de nossos antepassados, nos levam ao conhecimento e entendimento de nossa história, bem como o desaparecimento desse patrimônio pode nos levar a perda de nossa identidade cultural. Os monumentos carregam consigo elementos e símbolos identitários, que ajudam a construir ou reforçar as memórias coletivas carregadas de subjetividades e histórias. A percepção de que a memória dos agentes atuantes no patrimônio, pode ser usada como um recurso de autenticação do valor patrimonial, põe em questionamento a legitimidade das ações sociais atuantes, especialmente quando dizem respeito a demolições ou apagamentos. A demolição de prédios pertencentes à memória da saúde no Estado como o antigo Hospital da Caridade ou o Hospital Juliano Moreira, sem qualquer documentação ou registro, nos levam a acreditar que o risco de desaparecimento dos prédios do Complexo Arquitetônico da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, é iminente, haja vista as intervenções que ocorrem de forma indiscriminada, desde sua inauguração em 1900 até a presente data. Diante desta possibilidade e da simbologia que o envolve, assume-se o desafio de colaborar com a identificação da sua arquitetura monumental, como documento digno de preservação, manutenção e valorização, devido sua importância documental, arquitetônica e cultural. Como objetivo, este estudo deverá contribuir para compreensão deste bem, como documento da memória da saúde no Estado do Pará através da análise arquitetônica e das memórias de seus usuários, adotando como procedimentos metodológicos a pesquisa iconográfica e documental, bem como o método etnográfico para a apreensão das memórias individuais e coletivas que permitirão compreender as dinâmicas e conflitos na percepção deste complexo da saúde.