A Estrada de Ferro de Bragança e o Patrimônio da Industrialização: História e Transformações
Ferrovias; Patrimônio da Industrialização; Arquitetura do Ferro.
O processo de implantação das ferrovias no Brasil ocorreu em meados do século XIX, em muitas regiões as vias férreas eram construídas com intuito de auxiliar o escoamento da produção agrícola e incentivar a ocupação do entorno das ferrovias. Neste contexto, a Estrada de Ferro de Bragança foi a primeira linha férrea construída na Amazônia, a empresa responsável pelas obras foi contrata em 1879, visando compor uma linha que ligaria Belém à Bragança, com intuito de facilitar o acesso entre a capital da Província e as colônias agrícolas existentes na região Bragantina. As obras iniciaram em 1883, ainda no Governo Imperial sendo concluídas em 1908 durante o Governo da Primeira República, neste período, foram incorporados a ferrovia de Bragança e seu entorno, bens estruturais e ornamentais metálitos referentes a arquitetura do ferro, tais como, hangares, pavilhões, pontes, caixas d’água, peças ornamentais, coretos, entre outros. A desativação da Estrada de Ferro de Bragança durante a década de 1960, ocasionou significativas perdas e transformações nos elementos referentes a ferrovia e seu entorno, dentre eles os bens e edifícios metálicos, considerando que esses componentes documentam o processo de industrialização disseminado na capital e interior paraense, por meio da produção industrial principalmente européia. Desta forma, a pesquisa pretente identificar os valores patrimoniais das peças e edifícios metálicos, visando analisar e discutir as transformações e permanências dos bens industriais, por meio de pesquisa histórico-documental em fontes primárias e reflexões e discussões baseadas na Teoria do Restauro, pretendendo contribuir para a valorização e preservação dos referentes bens.