Investigando Potenciais de Mediação entre Políticas Urbanas e Ambientais a partir do Sistema de Espaços Livres da Bacia do Ariri
Área de Expansão; Espaços Livres; Espaço público; Tipologias Construtivas; Natureza.
A ocupação da área de expansão de Belém guiada pela Avenida Augusto Montenegro se deu principalmente a partir da década de 1960 e veio se intensificando nos últimos anos. Na Bacia Hidrográfica do Ariri, à margem da referida avenida, a ação de diferentes agentes construtores do espaço urbano, seus diversos interesses e a construção em espaços temporais distintos fez com que nessa área se constituísse uma malha urbana desarticulada, com carências infraestruturais e de espaços públicos e livres de qualidade. Constatou-se que as tipologias construtivas e desenho urbano promovidas pelas iniciativas público e privada na área agenciam a negação dos espaços livres tradicionais, que historicamente exercem funções sociais e de manutenção ambiental, e a exclusão da população que depende desses espaços para viver e produzir, em prol dos espaços livres formalizados de origem colonial e institucionalizados. Concluiu-se que esse processo fez com que problemas sociais e ambientais se agravassem e se acumulassem durante os anos. Sugere-se que, à luz das discussões sobre as questões ambientais que vêm se desenvolvendo desde a década de 1960 no mundo e a crítica ao modo de produção industrial-capitalista, os espaços livres tradicionais amazônicos sejam estudados e valorizados como espaços multifuncionais capazes de auxiliar na transição das cidades para um espaço urbano mais resiliente ambientalmente e socialmente mais justo.