Estuques de relevo das fachadas dos Palacetes de Belém – Subsídios de Conservação e Restauro
; ornamentos; palacetes; conservação; restauro
Durante o denominado Ciclo da Borracha na Amazônia, ao final do século XIX e início do XX, a cidade de Belém atinge um superávit econômico no qual as transformações ocorrem principalmente nos âmbitos urbano e arquitetônico. A utilização de ornamentos se intensifica a partir deste período, no qual as edificações destacam-se nos repertórios de suas fachadas, onde o estuque é a técnica empregada nos ornatos em relevo, sobretudo, em busca da reprodução dos modelos estéticos europeus, pela intensa importação de ornamentos pré-fabricados por meio de catálogos e o uso do cimento Portland na composição. Neste contexto, os ornamentos apresentavam variados motivos fitomorfos, antropomorfos, zoomorfos, religiosos, monogramas e simbólicos, provenientes dos repertórios iconográficos ao longo da história dos estilos arquitetônicos. Os objetos de estudo consistem nas edificações civis, representadas pelos Palacetes Facíola (1895), Augusto Montenegro (1903) e Bolonha (1915), exemplares que perduram entre os séculos, a monumentalidade e a riqueza da composição das fachadas, atestando o apogeu econômico vivenciado, sendo constituintes das paisagens culturais da cidade até os dias atuais. Tais elementos ainda são pouco abordados na literatura científica local e estão constantemente suscetíveis às ações intempéricas e antrópicas. Deste modo, a pesquisa pretende fornecer subsídios acerca dos estuques em relevos de fachada a partir das abordagens histórica e arquitetônica; e tecnológica a partir da caracterização física, química e mineralógica das amostras coletadas, com utilização dos métodos de microscopia óptica, análise de cor, determinação do traço provável, granulometria, densidade pelo picnômetro de Hubbard, microscopia eletrônica de varredura com sistema de energia dispersiva e difração de raios-X.