Porto Nacional - Tocantins: uma cidade amazônica despercebida pelos arranjos urbanos contemporâneos, manifestados nos padrões morfológicos do lugar
Evolução Urbana; Espaço Urbano; Morfologia Urbana; Padrões Morfológicos; Porto Nacional
O objetivo desta pesquisa foi compreender como se deram os processos de alterações sócio-espaciais na cidade de Porto Nacional-TO, a partir das mudanças regionais. A compreensão desses arranjos, poderá contribuir para o entendimento de como o espaço da cidade se desenvolve e tem a possibilidade de auxiliar no fomento de políticas públicas mais adequadas para o município. Far-se-á uso da teoria de Roberto Lobato Corrêa e Ana Cláudia Duarte Cardoso, bem como de outros professores do Programa de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará, em publicações que tratam a urbanização na Amazônia contextualizando a cidade de Porto Nacional-TO como uma típica cidade amazônica. E ainda o pensamento de Bertha Becker, que tenta entender o motivo gerador de desenvolvimento econômico nas cidades amazônicas. O entendimento da urbanização planetária de Brenner nos auxilia a melhor compreender todos esses processos. Nesse cenário, foi a partir das ações estratégicas estatais, imbuídas da narrativa desenvolvimentista, que mudanças bruscas trouxeram rupturas e outros usos para o arranjo espacial daquela que era hegemônica em certas dimensões, em tempos de outrora. A cidade possuía uma posição de centralidade diante dos municípios da região e ocupava função de drenar sua produção. O início do funcionamento da BR 153, isolando a cidade da malha viária, o fim do modal hidroviário e a implantação da nova capital Palmas a apenas 60 km de distância, trouxe uma série de consequências para Porto Nacional-TO em vários aspectos e dimensões. Depois de todos esses fatos, mas não menos importante, cito a construção de uma usina hidrelétrica e o represamento do rio que, a partir de 2001 se tornou um lago. Sabendo que os processos globais como os econômicos, sociais, políticos e culturais, são modeladores do espaço urbano e da cidade, também observamos o impulsionamento do agronegócio, outro fator que ganha destaque nessas dinâmicas. Como o entendimento desses processos pode auxiliar as políticas públicas em ações que sejam adequadas à realidade local? Essa é a principal questão dessa trajetória. A insuficiência de registros históricos oficiais nos levam a fazer uso da morfologia urbana como ferramenta de análise da leitura espacial, por meio da escola inglesa de morfologia urbana que periodiza a paisagem urbana existente através de padrões morfológicos.