“NOVA BELÉM”: UM ESPAÇO DE VIVÊNCIAS MULTIDIMENSIONAL
Área de expansão, segregação social, fragmentação, tipologias habitacionais.
Nos últimos 50 anos, a área de expansão Urbana da cidade de Belém – compreendida ao longo da Avenida Augusto Montenegro – tornou-se palco de intensas transformações morfológicas ocasionadas pelo protagonismo de diferentes agentes, cuja atuação se deu sob momentos históricos e dinâmicas econômicas diversas. Atualmente, esse vetor de expansão vem se consolidando como nova centralidade metropolitana pela intensificação do capital através da instalação de grandes empreendimentos comerciais e habitacionais. A desarticulação do espaço construído se intensifica na medida em que barreiras físicas e a descontinuidade da malha urbana tornam-se regra nos espaços formais, e a degradação ambiental e insuficiência de espaços públicos são características latentes dos espaços de produção popular. A paulatina inserção da área no mercado imobiliário e financeiro modifica sua configuração urbana, superpondo modos de vida e manifestando condições de acesso diferenciadas aos serviços e equipamentos urbanos, conforme as tipologias estudadas, de forma coerente às determinações do capital, mas de difícil decodificação para o usuário regular da cidade. Nessa perspectiva, buscou-se articular a compreensão do modo de produção capitalista do espaço através da identificação de atores e suas estratégias, e as suas manifestações na área de estudo, identificando tipologias habitacionais, revelando a incongruência entre a lógica da produção do espaço urbano (sob influências globais externas) e a dimensão da vivência do pedestre, do lugar de encontro e dos espaços públicos.