O PLANO URBANÍSTICO DE CÉLIO MIRANDA E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM PARAGOMINAS/PA (1965/1980)
Plano piloto; Urbanização; Amazônia; Paragominas
Esta pesquisa tem como objetivo investigar o papel do plano urbanístico de Paragominas na viabilização da fundação do município em meados da década de 1960, analisando o discurso de seu fundador, o mineiro Célio Rezende de Miranda, com o contexto político e econômico da época (do Estado Novo até a década de 1960), além de se aprofundar também sobre o discurso da principal referência historiográfica sobre Paragominas que atribui, equivocadamente, a autoria de seu plano piloto ao arquiteto Lúcio Costa, vencedor do concurso que escolheu o plano piloto da nova Capital Federal, Brasília, durante o governo de Juscelino Kubitscheck. Serão utilizados os seis atributos conceituados por Trevisan (2018) em sua tese doutoral sobre cidades novas para análise de Paragominas. Vinte anos após a sua emancipação municipal, o plano urbanístico de Paragominas encontrava-se parcialmente consolidado, com apenas dois dos três módulos hexagonais previstos em seu projeto. Neste sentido, o trabalho pretende investigar os entraves que culminaram no abandono do Plano Piloto inicial e se podem ser identificados preceitos do urbanismo modernista em seu traçado ou se estes constituíram-se como elementos que impediram a produção do espaço urbano em Paragominas. Consequentemente, se buscará investigar sobre a decisão de abertura de loteamentos particulares inseridos no Plano Piloto através da especulação imobiliária a partir dos anos de 1980. Enfim, esta pesquisa constitui-se numa importante contribuição acadêmica que visa contribuir com as pesquisas sobre a história do urbanismo na Amazônia e situar a fundação de Paragominas no contexto histórico dos processos de colonização da hinterlândia brasileira.