A contemporaneidade da experiência citadina nas obras de Luiz Ruffato e Edyr Augusto
Cidade. Eles eram muitos cavalos. Pssica. Literatura brasileira contemporânea.
Partindo do pressuposto da complexidade que é a vida nos centros urbanos, causadora de impactos sociais e psicológicos nos indivíduos que constituem essa realidade, o presente trabalho busca analisar de que forma a cidade está sendo representada na literatura contemporânea brasileira, tendo como foco os romances Eles eram muitos cavalos (2001), do mineiro Luiz Ruffato e Pssica (2015), do paraense Edyr Augusto. Com auxílio do método da pesquisa bibliográfica, objetiva-se, portanto, a análise da cidade enquanto espaço-personagem nos romances supracitados guiando-se pelas marcas da fragmentação romanesca, discutido por autores como Sá (2007), Hossne (2007), Ricciardi (2007) e Macedo (2007); as formas de realismo contemporâneo, baseadas principalmente em Schøllhammer (2009; 2012; 2013), as influências das técnicas da montagem cinematográfica, elaboradas por Eisenstein (1990), Leone & Mourão (1993), Stam (2000) e Carone (1973) e traços do romance policial, teorizado por Reimão (1983) e Massi (2011). Portanto, sendo a cidade uma temática que perpassa a história da literatura brasileira, infere-se que é notável a recorrente presença da cidade na escrita contemporânea, visto que é o locus que reúne um conjunto de mazelas sociais. Essa temática fisgou os escritores do contexto hodierno, sendo tratada de diferentes modos e representada através das técnicas de escrita que permeiam a simultaneidade dos fatos transcorrentes das grandes metrópoles e influenciada pelo cronotopo em que cada autor e obra estão inseridos – de São Paulo, como no romance de Ruffato, à Belém e região amazônica, como no caso de Edyr.