A METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA E A REVISITAÇÃO DA HISTÓRIA EM DOIS ROMANCES LATINO-AMERICANOS CONTEMPORÂNEOS: DESMUNDO, DE ANA MIRANDA, E VIGILIA DEL ALMIRANTE, DE AUGUSTO ROA BASTOS
metaficção historiográfica; crítica literária; Desmundo; Vigilia del Almirante.
Na presente tese, analisar-se-á a metaficção historiográfica como revisitação da história em dois romances latino-americanos contemporâneos: Desmundo (1996), de Ana Miranda (1951-), e Vigilia del Almirante (1992), de Augusto Roa Bastos (1917- 2005), nos quais é possível explorar a questão da metaficção historiográfica na literatura latino-americana. Para o desenvolvimento desta tese, consideramos os seguintes objetivos específicos: observar como os recursos de recorte e de colagem de outros textos sobrepostos promovem novos significados ao trabalho metatextual de Ana Miranda e de Augusto Roa na escrita dos romances Desmundo e Vigilia del Almirante; analisar a inter-relação discursiva entre o narrador, que utiliza tanto o recurso-estético e estilístico da literatura, quanto a história da narrativa; desdobrar os limites entre a história e a ficção nos romances Desmundo e Vigilia del Almirante; e, por fim, descrever como se dá o descobrimento da América Latina em Vigilia del Almirante. O embasamento teórico desta pesquisa assenta-se nas discussões acerca da teoria da metaficção de Hutcheon (1991), White (1995), Compagnon (1997), Chartier (2009) e de Barthes (1988), além de textos periféricos, os quais também são permeados pelas questões teóricas supracitadas. A finalidade, portanto, é destacar a compreensão de uma escrita inovadora no que se refere à construção de narradores e de vozes discursivas que retomam tanto questões históricas quanto questões estéticas e literárias. Entende-se que, primeiramente, será importante investigar os principais elementos característicos da metaficção presentes nos romances Desmundo e Vigilia del Almirante, assim como a importância que eles possuem na composição dessas narrativas ficcionais. Dessa forma, ao final do percurso, será possível demonstrar, por meio da interpretação das obras analisadas, como a metaficção historiográfica na modernidade possibilita a abertura de novos horizontes interpretativos não só da própria experiência humana, mas também de sua própria história.