O TESTEMUNHO ARBITER, O AURICULAR CAMINHO DA MEMÓRIA: O OUVIR E O REPRODUZIR EM MAUS DE ART SPIEGELMAN E EM I WAS A CHILD OF HOLOCAUST SURVIVORS DE BERNICE EISENSTEIN
Memória e testemunho; Arbiter; Shoah; I was a child of holocaust survivors; Maus.
A pesquisa aqui desenvolvida é o requisito para obtenção do título de mestre em estudos literários, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a libertação dos campos de concentração, em meio a diversas situações de traumas, os sobreviventes desses espaços concentracionários falaram sobre suas experiências e seus relatos foram tomados como testemunhos direto dos eventos. Entretanto, as gerações posteriores produziram relatos relacionados à shoah, como é o caso de dois filhos de sobreviventes, cujas obras, Maus de Art Spiegelman e I was a child of holocaust survivors de Bernice Eisenstein, são o objeto de estudo desta dissertação. Não estando nos campos de concentração, como seus pais, seus testemunhos são de caráter auricular, o que nos leva a considerar a teoria do testemunho arbiter para analisarmos as duas narrativas, oriundas do convívio com a memória da shoah. Esta é uma pesquisa bibliográfica e, de tal modo, utilizamos estudos de autores que tratam da memória, testemunhos e representação, como Le Goff (1996), Assmann (2011), Agamben (2008), Sarmento-Pantoja (2019), Benveniste (2016), dentre outros. Nesta dissertação, procuramos demonstrar como as características do testemunho arbiter se fazem presentes nas obras selecionadas, considerando seus gêneros e os aspectos narrativos singulares no modo de narrar.