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Banca de DEFESA: VIVIAN DE NAZARETH SANTOS CARVALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VIVIAN DE NAZARETH SANTOS CARVALHO
DATA: 28/08/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará
TÍTULO:

A PRESENÇA INDÍGENA NO CINEMA DE FICÇÃO BRASILEIRO: SABER, PODER E RESISTÊNCIAS


PALAVRAS-CHAVES:

Cinema brasileiro; Sociedades Indígenas; Arqueogenealogia; Resistências; Decolonialidades.


PÁGINAS: 154
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO:

Desde que surgiu, no início do século XX, o cinema conta e reconta inúmeras histórias. Inseridas no Dispositivo Midiático (GREGOLIN, 2007), as obras fílmicas se inscrevem em regimes de memória, de poder, saber, verdades e resistências. O cinema é um objeto fincado na história e, por isso, ele só pode falar de nós mesmos (MILANEZ, 2019), daquilo que somos e no que estamos nos tornando. Espaço rico para pesquisas acadêmicas dos mais diversos tipos, a dita “sétima arte” agencia subjetividades e propaga regimes de verdade em relação aos objetos que exibe nas telonas. Sobre os povos indígenas, é interessante notar que, desde o início do cinema de ficção brasileiro, essas sociedades sempre foram temas de enredos cinematográficos. Os primeiros filmes sobre sujeitos e sujeitas indígenas atualizam os discursos presentes na literatura Romântica. O indígena é visto como nosso “herói nacional”, o nosso “passado” e onde devemos procurar as raízes da identidade brasileira. Com o passar das décadas, o cinema continuou (re)produzindo histórias com temáticas indígenas e, claro, atualizando discursos coloniais sobre esses povos. Porém, com a popularização dos veículos de comunicação, como a tv, o rádio, o cinema, a internet, esses espaços deixaram de ser produzidos e apreciados por poucos e passaram a ser apropriados por um número maior de pessoas, que viram nos meios de comunicação uma ferramenta importante para propagar outras verdades sobre si. Em relação aos povos indígenas, é certo que essas sociedades ocupam, cada vez mais, diferentes esferas de poder, como a literatura, a política, a música, a internet e o cinema. Adentrar nos diferentes ambientes sociais têm objetivos estratégicos: o de ser uma arma política para que os povos nativos divulguem as suas culturas, denunciem a violação de seus direitos e propaguem suas lutas para o maior número de pessoas possíveis. Este trabalho tem a intenção de pesquisar a presença indígena no cinema de ficção brasileiro. Nosso objetivo é compreender os saberes, poderes, regimes de verdade e resistências que atravessam as telas da dita “sétima arte”, quando o assunto é exibir histórias sobre os povos indígenas. Nosso principal aporte teórico são os estudos discursivos da fortuna crítica de Michel Foucault, como a arqueologia (2008) e a genealogia (1999, 2010), imbricados com os estudos sobre colonialidades e decolonialidades, presentes em Neves (2009), Lugones (2014) e Mignolo (2020). Sabemos que as histórias sobre os povos indígenas vistas nas telas do cinema são atravessadas pelo Dispositivo Colonial (NEVES, 2009), que atualiza regimes de verdade sobre essas sociedades. Entretanto, há pontos de fuga, de resistências, e de materialização de outras verdades, que a colonialidade do poder sempre tentou apagar. Pontanto, para além de analisar os enunciados que propagam colonialidades sobre os povos indígenas no cinema, nosso objetivo é também compreender as resistências a esses discursos. Propomos analisar, então, filmes de ficção que trazem histórias indígenas sob um ponto de vista decolonial (MIGNOLO, 2020), para investigar: quais os discursos presentes nesses filmes? Quais as resistências que eles propõem? Quais enunciados decoloniais emergem de suas materialidades? Nosso trabalho está dividido em duas seções. Na primeira, analisamos filmes que se propõem a materializar decolonialidades sobre os povos indígenas, tendo como corpus de análise as obras: “Como era Gostoso o Meu Francês” (1971); “Avaeté, semente de vingança” (1985); “Terra Vermelha” (2008); “As Hiper Mulheres” (2011), “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” (2018) e “A Febre” (2019). Queremos compreender as regularidades e dispersões enunciativas presentes nessas películas e os saberes, poderes e decolonialidades que elas propõem. Na segunda seção, olhamos para o exterior dessas produções, para os espectadores indígenas, e apresentamos as análises de dois cine-debates que realizamos com estudantes indígenas da Universidade Federal do Pará (UFPA). Por meio dos Cine-debates, nossa intenção foi a de investigar os sentidos produzidos por esses sujeitos e sujeitas ao assistirem filmes que, afinal, desejam falar de suas vidas e culturas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6217971 - IVANIA DOS SANTOS NEVES
Interno - 1527529 - IZABELA GUIMARAES GUERRA LEAL
Externo à Instituição - LUCIANA DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - MARIA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA VALENCISE GREGOLIN
Externo à Instituição - SIMONE HASHIGUTI
Notícia cadastrada em: 19/08/2024 13:55
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