LÍNGUA COMO LINHA DE FORÇA: A PRESENÇA\AUSÊNCIA INDÍGENA NA UNIVERSIDADE EM UMA ANÁLISE DO DISCURSO COM FOUCAULT SOBRE O DISPOSITIVO COLONIAL
Amazônia; Análise do Discurso; Políticas afirmativas; Graduandos indígenas; Dispositivo.
A partir da noção de “dispositivo” de Michel Foucault e dos Estudos Pós-Coloniais (especialmente Walter Mignolo, Aníbal Quijano e Catherine Walsh), o presente trabalho propõe uma reflexão sobre o “dispositivo colonial” a partir da presença/ausência de alunos indígenas nas universidades federais, por meio do estudo de um caso, que é o da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Neste estudo, analisamos enunciados de alunos indígenas que relatam suas expectativas e experiências diante da instituição, a partir da abordagem da Análise do Discurso com Foucault, afunilando para a ideia de “dispositivo colonial” (NEVES, 2009, 2015). Nessa análise, tomamos as quatro linhas (Visibilidade, Enunciação, Subjetividade e Força) desenhadas por Deleuze (2006) para perceber as oscilações do funcionamento do dispositivo colonial na universidade ao longo da história e a partir da entrada de indígenas em função das ações afirmativas dos últimos dez anos. Com essa metodologia, evidenciamos o papel da língua/linguagem nas práticas sociodiscursivas da universidade em convergência com a manutenção das normatividades hegemônicas do dispositivo colonial e, consequentememte, com a permanência desses alunos.