A figura do indígena no imaginário luso-brasileiro do século XIX e a contribuição de A Virgem Guaraciaba (1866), de Pinheiro Chagas.
Literatura luso-brasileira; Romance histórico; Indígena idealizado; Crítica literária; Pinheiro Chagas.
Durante o século XIX no Brasil, homens e mulheres de letras buscaram uma estética que
representasse e distinguisse a literatura brasileira daquela produzida em sua antiga metrópole.
Essa busca por uma identidade única resultou em muitas construções idealizadas sobre nossos
mitos e personagens históricos, sendo a figura do indígena uma das mais exploradas. Para
compreender essas questões, iniciamos com uma pesquisa bibliográfica, utilizando as obras de
Manuela Carneiro da Cunha (2012), Tzvetan Todorov (1982), Darcy Ribeiro (1970 e 1995),
Lilia Schwarcz (1998), ao lado de Heloisa M. Starling (2015), Alfredo Bosi (1982 e 1992),
Antonio Candido (1959), dentre outros. A partir de tais leituras, procuramos entender de que
forma esse imaginário dialogou com a produção literária brasileira e também portuguesa, uma
vez que as duas literaturas estiveram em diálogo ao longo do Oitocentos. Nossa dissertação tem
como objetivo analisar o processo de formação da cultura brasileira a partir da figura do
indígena em suas diversas representações históricas e artísticas a fim de discutir criticamente o
romance histórico A Virgem Guaraciaba (1866), do escritor português Manuel Pinheiro
Chagas, juntamente com seus ensaios.