A QUESTÃO DO AMOR NOS INTERSTÍCIOS DA MORTE EM “PÁRAMO”, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA
Páramo”. Estas estórias. João Guimarães Rosa. Interculturalidade. Alteridade. Questões. Amor. Morte.
O presente estudo interpreta o conto “Páramo”, de João Guimarães Rosa, publicado na obra póstuma Estas estórias (1969). Põe-se em perspectiva a questão do Amor nos interstícios da Morte, em aceite ao convite que nos faz a Arte de atravessarmos as questões fundamentais do humano postas em obra. A pesquisa se inscreve no horizonte do humano à procura de si mesmo, a qual se destina no inominado narrador-personagem e no intérprete, em superação ao condicionamento classificatório e funcional das poéticas manifestações no acontecer de “Páramo”. Dialogamos acerca das possíveis motivações do viandante ao empreender viagem rumo à Cordilheira dos Andes. Pensamos a questão da alteridade a se expandir nas relações interculturais como amorosa experienciação de morreres diversos no decurso da vida e, nessa movência, assistimos às dimensões de amar no Homem “com a semelhança”, “aspecto”, “ar”, “fluidos”, “presença”, “frio”, “alguma coisa” ou “o todo de cadáver”, no “Homem que é um cadáver”. Para compor essa escrita, partimos de uma abordagem hermenêutica que vigora no diálogo com o texto poético, com o intertexto de “Páramo” e com poetas-pensadores que se puserem em escuta das questões, tais como Guimarães Rosa, Martin Heidegger, Manuel Antônio de Castro, Benedito Nunes, entre outros.