DA AUTORIA ÀS PERSONAGENS: UM ESTUDO SOBRE AS MULHERES EM MINHA VIDA DE MENINA, DE HELENA MORLEY
Autoria. Representação feminina. Branca. Negra.
A condição feminina é um assunto recorrente de debate na atualidade. Para entender a sociedade em que vivemos hoje é necessário regressar e estudar o passado. O livro de que trata esta pesquisa é Minha vida de menina, de Helena Morley, escrito em formato de diário entre os anos de 1893 e 1895, foi publicado em 1942. Nesta pesquisa buscamos analisar a questão da autoria feminina a partir de Morley que nasceu e cresceu na cidade de Diamantina, em uma época em que a mulher tinha pouco espaço no cenário literário brasileiro. Através dos relatos da jovem Helena, que começou a escrever o diário na idade de treze anos e encerra seu livro aos quinze anos, temos acesso a uma vivência bastante diferente da que conhecemos atualmente. Morley nos permite desbravar um Brasil sobre o qual sabemos apenas a partir de documentos e literatura. A escrita da autora nos permitiu, também, observar como as mulheres, brancas e negras, participavam da sociedade. À época em que a narrativa acontece, o Brasil estava em processo de aprender a viver com as conseqüências do fim do regime escravocrata e, na comunidade que a autora descreve, temos uma mistura social bastante curiosa: brancos, ricos, ex-escravizados, negros que já nasceram livres conviviam cotidianamente compartilhando o espaço. Assim, traçamos uma análise sobre autoria e representação da mulher, branca e negra.