OS CONTOS DE HAROLDO MARANHÃO: LINGUAGEM, CORPO E VIOLÊNCIA
Haroldo Maranhão; Contos; Narratologia; Linguagem; Corpo e Violência.
A tese de Doutorado Os Contos de Haroldo Maranhão: Linguagem, Corpo e Violência reflete sobre a seleção feita a partir de 132 (cento e trinta e duas) narrativas de oito livros de contos do paraense Haroldo Maranhão (1927-2004), a saber: “Noite Estranha de Natal”, “Homem Nu em Manaus” e “Moça, Cachorro, Velho”, de A estranha xícara (1968), “Leite em pó da bondade humana”, de Chapéu de três bicos (1975), “Quiquiqui”, “A rede, dona Bibi” e “Vendredi-i”, de Voo de galinha (1978), “A morte de Haroldo Maranhão”, conto homônimo à obra A morte de Haroldo Maranhão (1981), “Mister Callahan”, “Prudêncio Lopes”, “Observações de um gato” e “O inventor”, de Flauta de bambu (1982), “O Senhor e a Senhora Eleutério”, de As peles frias (1983), “Menina-moça”, de Jogos infantis (1986) e “Nas últimas”, “O hotel” e “O negro e as cercanias do negro”, de O Nariz Curvo (2001). Fizemos um exercício hermenêutico, a partir da leitura dos referidos contos de Haroldo Maranhão com base nos elementos constitutivos da narrativa. Para essa etapa do trabalho, lemos os seguintes autores, que se tornaram referências em estudos da narrativa, a exemplo Gérard Genette (2017), Reis e Lopes (2000), Franco Júnior (2003) para discutir o narrador; Samira Nahid de Mesquita (1987), Franco Júnior (2003) para refletir sobre o enredo; Antonio Candido, Beth Brait, E. M. Foster e Franco Júnior para examinar a personagem; Antonio Dimas, Osman Lins, Reis e Lopes, Franco Júnior, para averiguar o espaço; e Gérard Genette, Samira de Mesquita, Benedito Nunes e Franco Júnior para discorrer sobre o tempo. Além de discutir as concepções de linguagem, corpo e violência que atravessam a sua contística, para examinar essas questões nos contos, estudamos os seguintes autores: Mary Del Priori (1987), Antonio Sérgio A. Guimarães (2008), Nilo Odalia (2012), Silvia Federici (2017) e Grada Kilomba (2019). Este estudo propõe contribuir para a formação de referencial teórico acerca da contística de Haroldo Maranhão, tendo em vista que após investigar sua fortuna crítica, percebemos que não existe tese de doutorado que aborde os contos das oito antologias. Após o nosso estudo, é possível afirmar que a contística de Haroldo Maranhão atesta o seu valor estético em razão dos elementos constitutivos de seus contos propiciarem surpresas pelo imprevisto das ações das personagens ou de outros elementos como espaço e tempo, além de travestirem-se de questões relevantes relacionadas à linguagem, à violência e ao corpo humano enquanto uma construção histórica.