IDEIAS BASILARES DA LITERATURA INDÍGENA: AUTORIA E CONTEXTO
Literatura indígena; Ancestralidade; Resistência; Identidade indígena.
Nesta dissertação refletimos sobre a questão da autoria indígena, analisando as implicações da pessoa do autor e sua comunidade na obra literária. Esta análise não pode deixar de considerar o contexto político e cultural do qual emerge a literatura indígena. Faremos, para tanto, um percurso que parte de ideias de Barthes, Foucault e Bourdieu sobre a autoria. Após discorrer sobre “a morte do autor” - conceito cunhado por intelectuais ocidentais que trata, basicamente, do abandono da biografia do autor como base para a interpretação literária - passamos, então, a delimitar a relevância do corpo e da comunidade do autor no que diz respeito à literatura indígena. Nossa reflexão, neste ponto, fundamenta-se no conceito de “escrevivência” de Conceição Evaristo, recorrendo também às palavras de Ailton Krenak, Kaká Werá, Graça Graúna e outros autores indígenas, ouvindo suas vozes e apreendendo seus conceitos. Já focando na literatura indígena, apresentamos alguns de seus aspectos sociais, históricos, jurídicos e políticos, com o intuito de oferecer ao leitor noções fundamentais, basilares, para compreender as obras de autores indígenas considerando seus aspectos mais centrais: a noção de coletividade, a visão sobre o mundo e a natureza, o caráter político dessa escrita e, por fim, os contextos históricos impostos aos povos originários desde a invasão europeia.