TOPONÍMIA DA TERRA INDÍGENA APURINÃ VALPARAÍSO
Toponímia – Apurinã – Terra Indígena Valparaíso
Esta pesquisa teve como objetivo principal estudar a toponímia da Terra Indígena Apurinã Valparaíso, situada ao longo do Rio Purus, no município de Boca do Acre, no Estado do Amazonas. A presente análise, desenvolveu-se a partir de minha participação na pesquisa “Diversidade Linguística e Estudos de Línguas na Amazônia”, com plano de trabalho voltado para a produção de “banco de dados geossociolinguístico-histórico e cultural”, de autoria do Prof. Dr. Sidney Facundes da Silva. Os dados dos 71 topônimos analisados ao longo desta dissertação, foram coletados no decurso desse estudo e em uma pesquisa de campo, no ano de 2022, da qual participei, momento em que Professores Apurinã produziram mapas mentais que descreviam as diversas localidades distribuídas na Terra Indígena de Valparaíso. Esta produção se justifica na escassez de estudos sobre a toponímia Apurinã, em específico da Terra Indígena supramencionada; pela necessidade de enriquecimento de informações ao projeto supramencionado, dando-lhe continuidade; e pela colaboração para o registro da memória deste povo indígena, possibilitando aos pesquisadores desta área maior aporte teórico acerca da formação dos aspectos geográficos, históricos e culturais, intrínsecos ao povo Apurinã. Nesta pesquisa os métodos empregados, consistem nos estudos bibliográficos dos conteúdos toponímicos, especialmente, no modelo teórico de Dick (1990), e em outros autores que seguem suas orientações e na investigação dos designativos geográficos supramencionados. Constatou-se como resultado desta pesquisa, em relação aos aspectos taxeonômicos, que a taxe mais recorrente é a dos fitotopônimos (com 13 ocorrências) que são aqueles relativos aos vegetais, seguido dos zootopônimos (7 ocorrências) os quais tratam da presença dos animais como fontes motivadoras; dentre os dados analisados, 2 (duas) ocorrências foram apresentadas como inconclusivas/indefinidas, por falta de dados ou fontes que os fornecessem e 11 (onze) possibilitaram mais de uma classificação nas diversas taxes toponímias em razão do desconhecimento das motivações, no momento das escolha das designações e 2 (duas) permitiram a classificação em um topônimo específico, no entanto, sem confirmação da motivação subjacente. No que concerne às classificações morfológicas, a maioria dos topônimos possui estrutura de elemento específico simples, já que totalizam 28, dentre os 71 designativos analisados.