ASPECTOS PRAGMÁTICOS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: A PRÁTICA DOCENTE NOS CURSOS LIVRES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
BELÉM
Pragmática. Pragmática Instrucional. Ensino-aprendizagem de línguas. Inglês como língua estrangeira.
Esta pesquisa investigou de que maneira professores de inglês como língua estrangeira abordam os aspectos pragmáticos da língua em suas aulas nos Cursos Livres de Línguas Estrangeiras da Universidade Federal do Pará (CLLE/UFPA). Embora estudos destaquem a competência pragmática como determinante em uma interação de sucesso, observa-se que os aspectos pragmáticos ainda são trabalhados de forma superficial no contexto do ensino-aprendizagem de línguas, sendo frequentemente negligenciados e subestimados em materiais didáticos e na prática docente (KASPER; ROSE, 2001; BARDOVI-HARLIG; MAHAN-TAYLOR, 2003; ISHIHARA, 2010). Algumas das razões alegadas para tal são o tempo insuficiente de aula, a falta de interesse e a insegurança do professor em selecionar e em incorporar atividades de ensino desse nível de língua (SIEGEL, 2016; ZEFF, 2016). Tomando por base autores como Ishihara (2010), Bailey (2020) e Taguchi (2015, 2023) sobre o ensino de pragmática nas últimas décadas, esta pesquisa procurou traçar um diagnóstico de como os aspectos pragmáticos são abordados nos CLLE, especificamente no curso de inglês. Assim, aplicou-se o formato metodológico de estudo de casos múltiplos, do tipo pesquisa qualitativa. Participaram desta pesquisa quatro professores que atuam nos cursos livres, com idades entre 22 e 39 anos, sendo uma mulher e três homens. Para a constituição dos dados, foram utilizados três instrumentos: análise do livro didático, observação não participante de aulas síncronas gravadas e entrevistas semiestruturadas via videochamada. Os resultados demonstram que o ensino da pragmática enquanto nível de língua é heterogêneo e não sistematizado. Uma das motivações recorrentes para essa negligência foi a mesma apontada por autores da área: tempo insuficiente de aula. Entretanto, outras motivações também surgiram como as crenças no ensino de línguas. Considerações a serem traçadas por este estudo giram em torno da relação entre a formação acadêmica do professor, sua experiência profissional e a prática docente. Essas e demais conclusões direcionam para pesquisas futuras acerca do papel das crenças no ensino de pragmática e para reflexões sobre o atual currículo do curso de Letras Língua inglesa da Universidade Federal do Pará