AS CONFIGURAÇÕES DO TESTEMUNHO E A ORALIDADE NAS NARRATIVAS DE AUTORIA INDIGENA: METADE CARA, METADE MÁSCARA E MEU AVÔ APOLINÁRIO: UM MERGULHO NO RIO DA (MINHA) MEMÓRIA.
Literatura; autoria indígena; tradição oral; testemunho; ancião/griô.
Este estudo, busca abordar as constituintes da narrativa de autoria indígena - Metade Cara, Metade Máscara (2004), de Eliane Potiguara e Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória (2009), de Daniel Munduruku - com o objetivo de identificar alguns aspectos das produções indigenistas constituídas na forma da memória de vida e sua projeção no campo literário. Assim, recorremos primeiramente ao processo histórico da genesis da lietartura de autoria indígena no Brasil, bem como às proposições a respeito da configuração da literatura de Autoria Indígena, segundo GRAÚNA (2012) e FIGUEIREDO (2018). Também, buscando compreender as questões etnográficas sob a luz de MONTOYA (2012), para pensar a figuração do contador de história tradicional, a partir de BENJAMIM (1994). Também nos debruçamos sob as constituintes do Testemunho, a luz de Seligmann-Silva 2017, T. SARMENTO-PANTOJA (2014) e A. SARMENTO-PANTOJA (2019). Além de recorrer às conjecturas a respeito da oralidade segundo Paul Zumthor (1993) para compreender à exploração e expropriação de comunidades tradicionais na América Latina - especialmente as dos indígenas-, partindo da perspectiva das condições de disparidades culturais e sociais, que são residualidades do processo de colonização.