FESTAS AMAZÔNICAS: Resistência e encantaria na experiência estética descolonizada
Festas amazônicas; cultura amazônica; tradição; midiatização; espetáculos culturais
Esta pesquisa trata da natureza das festas amazônicas, em primeiro plano, no âmbito do espaço geográfico da Amazônia Legal, cujo recorte possibilitou observá-las por suas similaridades e diferenciações. A partir dessa análise, estabeleceu-se olhar as festas sob o lastro de “cultura amazônica”. Nessa condição, inferem-se as festas constituídas pela dimensão estética, tanto em função das comunidades que as criaram, como forma sensível da experiência cotidiana e de seu imaginário, e pelo enfrentamento à violência sistêmica como forma de resistência, agora apropriadas pela narrativa da descolonização, cujo lócus de enunciação são os lugares de festa nos territórios amazônicos assentados na comunicação e na cultura. A discussão teórica sobre cultura amazônica encontra abrigo nas obras de Paes Loureiro (2008; 2001), Amaral Filho (2016; 2018), Nogueira (2008; 2013) e, a partir de um olhar mais amplo sobre as festas brasileira, em Amaral (1998), Cavalcanti (2002; 2006) e Nóbrega (2010). Autores latinos do Projeto modernidade-colonialidade fundamentam o entendimento da resistência pós-colonial. Santos (2010; 2019) contribui para a compreensão das epistemologias do sul e Sodré (2012; 2014; 2017) que nos mostra a “movimentação concreta” da festa. O procedimento metodológico que norteia a pesquisa recai sobre a etnografia virtual (Hine, 2000), cuja abordagem se faz na observação (lurking) participante (Braga, 2006) e permite interpretar as práticas diárias na interação e dinâmica dos indivíduos em seus lugares de tradição. Fez-se necessário de modo abrangente e singular da comunicação “concatenar”, “relacionar” e “vincular” as festas representativas dessa região porque estas organizam mediações simbólicas – da dimensão estética do imaginário e encantaria – elementos atinentes à cultura e a economia da região com suas narrativas e que pela midiatização transformam-se em espetáculos culturais.