A ATUAÇÃO DIGITAL DE MULHERES NEGRAS DE BELÉM (PA) E O LUGAR DA BRANQUITUDE CRÍTICA.
Branquitude Crítica; Ativismo Digital; Conteúdo Digital; Comunicação; Gênero, Raça e Classe; Racismo Algorítmico.
Esta pesquisa analisa qual seria o lugar da “branquitude crítica” (CARDOSO, 2010), representada por seguidoras brancas que repudiam o racismo nos ambientes digitais em relação à atuação digital de mulheres negras de Belém, representadas por ativistas e produtoras de conteúdo digitais. O referencial teórico está dividido em três dimensões: (1) Raça, Gênero e Classe - a partir do pensamento das autoras Cida Bento (2022), Edith Piza (2002), Lia Vainer Schucman (2020), Liv Sovik (2009), Ruth Frankenberg (2004), Zélia Amador de Deus (2008), Lourenço Cardoso (2010; 2014) e Deivison Campos (2023); (2) Comunicação - por meio das lentes dos processos comunicacionais e da midiatização, a partir dos estudos dos autores José Luiz Braga (2017), com os dispositivos interacionais, e Rousiley Maia (2018), com o processo de midiatização e a teoria do reconhecimento de Axel Honneth (2003), utilizados para focalizar o comportamento das ativistas e produtoras de conteúdo digitais negras com a comunicação. Assim como também, para analisar a relação comunicacional entre ativistas e produtoras de conteúdo digital negras e seguidoras brancas, recorre-se à Teoria do Reconhecimento, de Honneth (2003), para compreender como ocorrem os padrões de reconhecimento ou de recusa dele no processo relacional individual e coletivo das sujeitas desta pesquisa; e (3) Cultura Algorítmica - para abordar a influência do racismo algorítmico no ativismo e na produção de conteúdo digital das mulheres negras, a partir dos trabalhos desenvolvidos por Tarcízio Silva (2021; 2022), Sergio Amadeu da Silveira (2022) e Deivison Faustino (2023). A proposta metodológica é uma pesquisa empírica qualitativa que faz conexão com os fundamentos teóricos desta dissertação, que parte de uma concepção interacional, relacional e situacional da comunicação (FRANÇA, 2022) e envolveu a realização de entrevistas semiestruturadas com oito mulheres, sendo duas ativistas digitais negras e duas produtoras de conteúdo digitais negras e quatro seguidoras racializadas como brancas.