RÁDIO CIPÓ - ARENA MUSICAL DAS QUEBRADAS: JUVENTUDE
PERIFÉRICA, MÚSICA E COMUNICAÇÃO EM BELÉM
Palavras-chave: Coletivo Rádio Cipó. Cena Musical Paraense. Comunicação.
Autoetnografia
Por meio de uma abordagem autoetnográfica, este projeto de pesquisa de mestrado busca compreender a dimensão comunicativa da experiência do grupo Coletivo Rádio Cipó na cena musical de Belém, na primeira década dos anos 2000, e sua contribuição nos processos de hibridação sonora no norte do Brasil. O Coletivo Rádio Cipó1 foi um Núcleo de Produção de Mídia Sonora que fazia uso da tecnologia digital caseira para registro e difusão de artistas da cultura popular, em especial Mestre Laurentino e Dona Onete. Essa experiência de produção musical caseira, naquele momento em ascensão e protagonizada por jovens periféricos no bairro da Pedreira, combinou os saberes dos mestres a um saber mediado por dispositivos eletrônicos em uma experiência única no norte do Brasil e que depois se projetou nacionalmente. Para tanto, serão utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: entrevistas semiestruturadas conforme apontamentos de Martino (2018); pesquisa documental, segundo aportes de Sá Silva (2009); netnografia, segundo Kozinets (2014). Para fundamentar os eixos de análise, dialogamos com Castells (1999; 2009) e Janotti Jr (2000; 2004) sobre comunicação, cenas e territorialidades; Herschmann (2015) e Markman (2009) sobre música, simbolização e entretenimento; Castro (2010; 2011) acerca de Amazônia; Magnani (2005), Ellis(2004) e Santos (2017) sobre antropologia urbana, juventude e autoetnografia. Assim, tal pesquisa se propõe a contribuir com estudos sobre a cena musical independente de Belém no início do século XXI, à margem da produção mainstream2 , protagonizada por jovens moradores da periferia da cidade, interrelacionando o tripé comunicação, cultura e juventude no contexto amazônico, refletindo sobre uma busca de pertencimento à cultura nacional.